O levantamento é da revista Veja: pelo sete ministros de governos anteriores foram mais breves no exercício do poder do que Gustavo Bebianno, exonerado da Secretaria-Geral da Presidência da República por Jair Bolsonaro (PSL) em meio em meio ao vazamento de áudios de WhatsApp contendo conversas privativas entre ambos e denúncias sobre candidaturas laranjas do partido nas eleições proporcionais de outubro do ano passado. A gota dagua, mesmo, foi a pressão de filhos do presidente Jair Bolsonaro para que Bebianno fosse afastado do governo. De acordo com Veja, a participação do vereador Carlos Bolsonaro, o rebento Zero Dois, foi decisiva para Bebianno ser defenestrado da equipe, embora ele tenha sido um dos primeiros entusiastas da candidatura de Bolsonaro, quando muitos nem acreditavam nas suas chances de vitória.
O recordista de brevidade no posto de ministro foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atualmente cumpre pena de prisão na Polícia Federal em Curitiba permaneceu um dia no governo de Dilma Rousseff, sua sucessora no Planalto a partir de 2011. Lula foi convidado pela afilhada política a ocupar a Casa Civil em 2016. Mas uma conversa telefônica entre os dois, divulgada irregularmente pelo então juiz Sergio Moro, colocou areia no projeto: sugeria que a nomeação fora realizada para dar foro privilegiado a Lula, que, então, estava na mira da Operação Lava-Jato. Dilma dizia que estava mandando Bessias (Jorge Rodrigo Araújo Messias, que trabalhava no setor jurídico da Casa Civil) entregar o termo de posse a Lula para que ele o usasse em caso de necessidade. No dia seguinte, o Supremo Tribunal Federal barrou a nomeação.
A revista menciona, também, Marco Antonio Almeida (22 dias) e Alessandro Teixeira (22), no governo de Dilma Rousseff. Historia que a cortina estava caindo sobre o governo e os dois assumiram, no mesmo dia, os ministérios das Minas e Energia e do Turismo. Sairiam, também juntos, em 12 de maio de 2016, com o afastamento de Dilma Rousseff, a esta altura alvo de processo de impeachment na Câmara Federal com base em denúncias de prática de pedaladas fiscais detectadas pelo Tribunal de Contas da União. No governo de Michel Temer, que substituiu a Dilma e concluiu seu segundo mandato, pelo menos três auxiliares experimentaram duração efêmera no poder: Romero Jucá (11 dias), Fabiano Silveira (18) e Henrique Eduardo Alves (35).
Os três ocuparam, respectivamente, as pastas do Planejamento, Transparência e Turismo quando Temer foi investido na presidência, consumado o afastamento de Dilma Rousseff. Foram todos alvejados por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e delator da Operação Lava-Jato. Jucá e Silveira apareceram em gravações embaraçosas que Machado divulgou ficou famosa a declaração de Jucá sobre a necessidade de um acordo nacional para estancar a sangria provocada pela Lava-Jato. Alves caiu por ser citado na delação de Machado. Enfim, é listado entre os breves Nuri Andraus Gassani (9 dias) no governo de Itamar Franco, empossado em 1992 com o impeachment de Fernando Collor de Melo, de quem era vice. A passagem de Nuri Andraus pelo Ministério da Agricultura em 1993 foi até longa se considerada sua folha corrida. Andraus tinha uma disputa de terras com o Incra, era sonegador do ICMS e réu por homicídio.