A celebração de atos religiosos, em João Pessoa, em horários e locais a serem anunciados oportunamente, marcará o transcurso do primeiro aniversário da morte da jornalista Nelma Figueiredo no próximo dia 30 de março. Nelma, que atuou durante muito tempo em televisão e que no final de sua vida atuava como apresentadora e entrevistadora do programa CBN João Pessoa na rádio CBN, do Sistema Paraíba de Comunicação, morreu aos 53 anos de idade e estava realizando um tratamento contra o câncer, que ocultou de inúmeras pessoas amigas, dentro do seu estilo de não levar preocupações pessoais para ninguém.
Nascida em Brasília, mas com raízes familiares na Paraíba, mais precisamente na região do Vale do Piancó, Nelma Figueiredo despontou como uma das mais promissoras vocações da comunicação no Estado e na Região. Ela foi casada com o apresentador de telejornalismo da TV Tambaú, Aldo Schueller, e os dois atuaram na TV Cabo Branco, nos primórdios da implantação da afiliada da TV Globo na Paraíba na década de 80, por volta de 1987. Sua especialidade era a reportagem externa, na cobertura de diversificados eventos da rotina jornalística da Capital e do Estado, tendo protagonizado vários furos de informação.
Nelma Figueiredo integrou, ainda, os quadros da TV Correio da Paraíba e da TV O Norte, além de ser assessora de imprensa institucional do Detran por bastante tempo. Ela tinha obsessão pela busca da perfeição e da exatidão no relato de fatos noticiosos e teve atuação marcante na cobertura das mortes dos ex-governadores Tarcísio Burity, Antônio Mariz e Ronaldo Cunha Lima. Chegou a divulgar em primeira mão a notícia das mortes de alguns deles, graças à credibilidade profissional conquistada em sua trajetória e à confiança de um sem número de fontes que lhe repassavam notícias de forma privilegiada. Na TV O Norte, onde apresentou o telejornal O Norte.com, Nelma Figueiredo tornou-se a primeira mulher jornalista a mediar debates entre candidatos a governador da Paraíba, ao vivo, na campanha eleitoral de 2002, de que participaram expoentes como Cássio Cunha Lima (eleito) e Roberto Paulino, além de postulantes de partidos chamados nanicos.
Nelma impôs-se com serenidade e profissionalismo diante das pressões de comitês de assessoramento dos candidatos, fazendo valer o seu compromisso com a informação, o que lhe rendeu elogios uma vez acalmados os ânimos radicais. Juntamente com Nonato Guedes, fez a transmissão, ao vivo, para todo o Estado, pela TV Cabo Branco, da posse do governador Ronaldo Cunha Lima em março de 1991 na Assembleia Legislativa do Estado. Foi a primeira irradiação, para o Estado, por emissora de TV, da posse de um governador. No final da carreira precoce, Nelma cometeu uma ousadia e trocou a televisão pelo rádio, onde se destacou com brilhantismo. Ontem, na despedida de Edilane Araújo do papel de âncora do telejornal da TV Cabo Branco, Segunda Edição, foi prestada homenagem a Nelma Figueiredo, que compôs com Edilane e outros profissionais o núcleo formador da afiliada da Globo no Estado.
Nonato Guedes