A empresa espanhola Aena venceu um disputado leilão pelo controle do principal bloco de aeroportos realizado pelo governo Bolsonaro, ontem, na Bolsa de Valores de São Paulo. Com oferta de outorga de R$ 1,9 bilhões, o consórcio passará a administrar os aeroportos do bloco Nordeste, considerado o filé das concessões e que compreende os terminais de Recife, Maceió, João Pessoa (aeroporto Castro Pinto) e Campina Grande (João Suassuna), bem como Aracaju e Juazeiro do Norte. Segundo informação do Correio da Paraíba, os aeroportos paraibanos foram rebaixados de categoria e correm o risco de serem utilizados apenas para voos regionais.
O repórter Fábio Cardoso disse ter obtido de fonte segura a versão de que o edital do leilão limita a operação de aviões de grande porte, de categoria 4C, compreendendo os Airbus A319 e A320 ou os Boeings 700 ou 800 nos dois terminais da Paraíba. Sendo assim, as companhias aéreas podem ser convencidas a torná-los aeroportos apenas para deslocamentos menores, por exemplo, para Recife ou Natal. Na opinião de especialistas, a privatização deixou vulneráveis os aeroportos paraibanos já que os investimentos que constam no edital, de R$ 159 milhões para Campina, não exigem no contrato de concessão que a empresa faça obras no atendimento da infraestrutura para aeronaves da categoria 3C, com modelos Embraer 145, ATR-72 e Brasília.
O empresário Delano Campos, proprietário da TAG Linhas Aéreas, companhia aérea paraibana, afirmou que há muita preocupação em torno de que o aeroporto de João Pessoa venha a perder espaço por ser próximo a Recife ee Natal. Delano pontuou: Isto tem seu lado verdadeiro e falso. Verdadeiro porque é realmente entre os dois e que transporta mais de hum milhão de passageiros por ano. Ninguém quer deixar de transportar passageiros. Falso que vamos perder espaço, porque quem investe sabe o que tem efetivamente nas mãos. Tem demanda, tem um governo forte no turismo. Delano contou que quando idealizou criar a companhia aérea imaginou que a Paraíba iria crescer nesse segmento. E, ainda agora, aposta nessa perspectiva.