Durante evento do programa rural sustentável do governo do Estado na manhã de hoje, o governador João Azevedo e o antecessor Ricardo Coutinho, ambos do PSB, em manifestações públicas, rechaçaram a exploração feita por adversários políticos sobre alegado envolvimento oficial com a Operação Calvário, do Gaeco e Ministério Público, versando sobre irregularidades na Saúde Pública, com desvio de recursos distribuídos com a Cruz Vermelha e outras organizações sociais terceirizadas para o controle de hospitais da Capital e outras cidades. A oposição radicalizou no tom depois da exoneração da secretária Livânia Farias da pasta da Administração e da sua prisão, com realização, ontem, de audiência de custódia, quando foi decretada uma segunda detenção. Livânia é acusada em delação premiada de ter se beneficiado com propina em transações junto a representantes da Cruz Vermelha, contratada na administração de Ricardo Coutinho.
Ricardo e Azevedo enviaram recados para adversários políticos e para repórteres de sites e portais noticiosos que chegaram a noticiar um suposto mandado de prisão contra o ex-governador. Vou processar os responsáveis pela divulgação irresponsável de fake News, ameaçou o ex-governador Ricardo Coutinho, adiantando, de forma enfática: Neste governo, ninguém solta a mão de ninguém. Para auxiliares do governo socialista e expoentes do PSB, as reações foram uma sinalização acerca da solidariedade reinante nas hostes situacionistas, bem como uma resposta direta aos opositores, deixando claro que todos estão dispostos a se unir na blindagem diante das acusações e explorações feitas. Ontem, o advogado da ex-secretária Livânia Farias, Solon Benevides, considerou improcedentes as denúncias formuladas contra ela e assegurou que iria comprovar a sua inocência, desmascarando os supostos detratores de Livânia.
A ex-secretária foi presa no aeroporto Castro Pinto em João Pessoa no final de semana, quando desembarcou procedente de Belo Horizonte e levada para o Batalhão da Polícia Militar em Cabedelo, tendo comparecido, ontem, à audiência de custódia, na qual, todavia, manteve-se em silêncio, sem prestar esclarecimentos solicitados. O governador João Azevedo salientou que tem se colocado à disposição das autoridades judiciárias para prestar informações e tomou providências preventivas, como a intervenção em hospitais que estavam sob controle de organizações sociais (OS) até a elucidação completa dos indícios de irregularidades. Mas Azevedo tem deixado claro que não aceita o que chama de pré-julgamento com interesses políticos, decorrentes de frustrações eleitoreiras associadas à derrota de adversários no pleito majoritário de 2018. Na solenidade de hoje, que viabilizou recursos para produtores rurais, o chefe do Executivo comparou que há pessoas que estão trabalhando e outras que estão apenas politicando e querendo, nos bastidores, inviabilizar a governabilidade no Estado.
Confirmou-se que ontem, na Granja Santana, residência oficial do governador do Estado, houve um encontro com deputados estaduais e outras lideranças políticas para a discussão de estratégias comuns de defesa em face das acusações que estão brotando contra figuras remanescentes da administração de Ricardo Coutinho, que governou por oito anos. O líder do governo na Assembleia, deputado Ricardo Barbosa, do PSB, também queixou-se do pré-julgamento de auxiliares provenientes da gestão de Coutinho e fez um depoimento sobre alegada lisura no trato com a coisa pública. O clima continua sendo de expectativa no agrupamento político situacionista, diante de fatos novos que possam vir à tona, da parte do Ministério Público, acompanhados de exploração política por parte dos que combatem o projeto socialista que passou a vigorar a partir de 2011 com a investidura de Ricardo no governo pela primeira vez.