Ao ser indagado, ontem, sobre o possível afastamento de outros integrantes do governo estadual, além de Livânia Farias, ex-Administração, que está presa e envolvida na Operação Calvário, o deputado estadual Ricardo Barbosa (PSB) foi enfático: O governo (João Azevedo) não vai punir de véspera. Vai respeitar o processo de investigação que está em curso e à medida que os fatos surjam, o governo irá se posicionar. Líder do governo na Assembleia Legislativa, Barbosa concedeu entrevista ao programa Correio Debate, da 98 FM e disse não acreditar que a investigação da Operação Calvário alcance a legalidade da eleição para o governo do Estado, muito menos para a Assembleia Legislativa.
– Eu não creio nisso. A Paraíba sabe do comportamento, da lisura, dos valores morais do governador João Azevedo. É um dos homens mais íntegros que já conheci na vida pública. Podem ficar tranquilos que a Paraíba está em boas mãos adiantou Ricardo Barbosa. Ele acrescentou que ao governador caberia, como coube, esperar os desdobramentos. Nós entendemos enquanto cidadão e como líder do governo que não tem havido retardo nas providências. O governo tem que agir com o respeito às liberdades individuais e coube ao governador não punir de véspera a ex-secretária Livânia Farias, ressaltou Barbosa.
Com a vaga aberta depois do pedido de exoneração de Livânia, abre-se a possibilidade para a convocação de um deputado estadual ou até mesmo convite para um ex-deputado assumir a pasta, a exemplo de Lindolfo Pires, do Podemos, segundo foi especulado ontem em áreas políticas. O governador João Azevedo deve tratar do assunto ainda esta semana. Ele reuniu, ontem, a bancada governista, na Granja Santana aparentemente para traçar estratégias de defesa do governo diante da Operação Calvário. Por enquanto, no lugar de Livânia, passa a assumir interinamente a secretária adjunta da Administração, Jaqueline Fernandes Gusmão. O governador João Azevedo voltou a dizer que é importante que a ex-secretária apresente sua versão sobre as denúncias, direito que não lhe teria sido assegurado. Não obstante, na audiência de custódia, ontem, ela preferiu silenciar diante das acusações.
As investigações da Operação Calvário são conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado, o Gaeco, e pela Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e Improbidade Administrativa do Ministério Público da Paraíba. A Operação Calvário apura a atuação de uma organização criminosa responsável por desviar R$ 1,1 bilhão a partir de fraudes em contratos firmados junto a unidades de saúde. Corrupção, lavagem de dinheiro e peculato estão entre os crimes atribuídos à quadrilha. (Com informações do Correio da Paraíba).