O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) foi pivôt de bate-boca entre deputados na sessão de ontem da Assembleia Legislativa, que estava sendo presidida pela deputada Pollyanna Dutra, que encerrou os trabalhos diante do acirramento de ânimos. O incidente de maior repercussão foi entre a deputada Cida Ramos, socialista, e o emedebista Raniery Paulino, diante das insinuações de que este teria chamado o ex-governador de ladrão, o que foi negado por Paulino. O ambiente tenso prejudicou um discurso que o deputado Ricardo Barbosa planejava pronunciar.
A confusão começou quando Raniery utilizou a tribuna para informar ter dado entrada em um requerimento convocando o conselheiro Nominando Diniz, do Tribunal de Contas do Estado, bem como integrantes da auditoria da Corte, para explicar as irregularidades detectadas no contrato firmado entre a organização social Cruz Vermelha com o governo da Paraíba para gestão da saúde pública em alguns hospitais. Em meio ao quiproquó, o deputado Hervázio Bezerra, aliado de Azevedo e Ricardo, teorizou em aparte sobre a honra e fez ilações de que também havia problemas envolvendo a gestão da ex-prefeita de Guarabira, Fátima Paulino, mãe de Raniery. Este reagiu afirmando que se alguém tivesse alguma denúncia a fazer deveria recorrer à Justiça.
Foi quando Cida Ramos acusou Raniery de não aceitar críticas e de ter chamado Ricardo Coutinho de ladrão. Textualmente, a deputada salientou: Raniery chamou Ricardo Coutinho de ladrão e não vamos admitir isso. Ele (Raniery) gosta de criticar mas não aceita crítica. O deputado por Guarabira, único emedebista com assento na Casa de Epitácio Pessoa, replicou que não era da sua índole manifestar-se com expressões do nível a que se referiu a deputada socialista. Vim para esta Casa para debater assuntos sérios e de interesse da Paraíba. O problema é que a Operação Calvário tem mexido com os ânimos de alguns deputados da base de sustentação do governo. Mas para mim isso está superado. A discussão aconteceu sem a presença do presidente Adriano Galdino, que viajara a Brasília a fim de participar de um encontro de presidentes dos Poderes legislativos do país. Por conta disso, mais uma vez, os deputados não apreciaram matérias que constavam na pauta trancada por Medidas Provisórias.
Nonato Guedes