O deputado estadual Tovar Correia Lima, do PSDB, protestou contra a onda de violência registrada, ontem, no campus da UEPB em Campina Grande, que deixou uma aluna e um segurança feridos a bala. O mais triste é saber que são ações corriqueiras por falta de segurança. É preciso que o governo do Estado adote um novo modelo de gestão que assegure a proteção da vida da população, pois sempre estamos reféns dos bandidos, verberou o parlamentar, lembrando que o episódio teve repercussão na mídia nacional e trouxe à lembrança o massacre numa escola de Suzano, interior de São Paulo.
Pelos relatos feitos à imprensa, o clima foi de terror na UEPB. Nos auditórios e salas de aula, estudantes e professores se jogaram no chão, chegaram a empilhar birôs e cadeiras para bloquear portas. Houve correria, choro, grito e muito pânico, descreve o jornal Correio da Paraíba, acrescentando que alguns se feriram ao pular do primeiro andar do Centro de Integração. O que ocorreu, na verdade, foi um assalto ao carro forte que abastecia caixas eletrônicos no campus da Universidade Estadual. No tiroteio, um vigilante foi ferido na perna e uma estudante foi atingida de raspão por uma bala. Outras 14 pessoas ficaram feridas por causa da correria.
A senadora Daniella Ribeiro (PP) cobrou providências enérgicas do governo João Azevedo em relação à insegurança. Não importa mais se estamos em casa, na calçada, na igreja ou na universidade, o clima de medo domina, ressaltou Daniella, que como deputada chegou a pleitear uma audiência ao então governador Ricardo Coutinho para tratar da onda de insegurança em Campina Grande e outros municípios da Paraíba. A propósito dos incidentes de ontem, a senadora comparou: Se a situação é crítica nas maiores cidades da Paraíba, no interior é o retrato do caos. Policiais se desdobram para cumprir plantões de forma desumana e garantir a segurança da população.
O professor Jurani Clementino, doutor em Ciências Sociais, traçou um quadro dos reféns da violência em depoimento ao site Paraiba Online, afirmando: Os tiros não cessavam. Alunos se desesperavam. Passavam mal. Choravam. Eram consolados por outros, visivelmente abalados. Apagamos as luzes. Mas imaginávamos a qualquer momento um louco adentrando por aquela porta e fuzilando aquele amontoado de gente. Dentro da sala, alguns alunos pediam socorro pelo telefone. Com muita dificuldade, conseguiram a chave e trancaram a porta de acesso ao auditório. As pessoas estavam desesperadas. O professor concluiu informando que foi exigida a presença de policial fardado e somente então abriram a porta. Ele observa: Há um clima horroroso de insegurança no ar. E isso é muito triste.
Nonato Guedes