O deputado estadual João Gonçalves (Podemos) confirmou que na próxima semana tomará posse na secretaria de Articulação Política do Estado, o que possibilitará a ascensão ao mandato titular do suplente Lindolfo Pires, representante da região de Sousa, no Alto Sertão, filiado ao mesmo partido. Lindolfo, que não conseguiu obter sua reeleição em outubro, teve sua presença em plenário reclamada por lideranças políticas sousenses, o que levou o governador Azevêdo a montar uma engenhosa equação política, incluindo a convocação do ex-adversárioJutay Meneses, do PRB, que assumiu na semana passada declarando que integra a base governista na Assembleia.
O desfecho da equação foi confirmado a jornalistas, ontem, pelo governador João Azevêdo (PSB). João Gonçalves, que tem oito mandatos parlamentares, dos quais três como vereador por João Pessoa e cinco como deputado estadual, atribuiu sua convocação para Pasta à estratégia do governador de reforçar o contato com as lideranças nas bases. De acordo com ele, os prefeitos e vereadores ressentem-se da falta de um contato mais próximo com o governador para apresentar demandas e reivindicações locais. Meu jeito de trabalhar é estar ao lado do povo. Vou estar nos municípios conversando com os prefeitos, vereadores, lideranças, fazendo a interlocução entre o governo e essas localidades, acrescentou João Gonçalves.
Fontes políticas ligadas ao Palácio da Redenção revelaram que a expectativa do governo, com a chegada de Lindolfo, é de que haja uma trégua na Casa de Epitácio Pessoa por parte do chamado G9, bancada formada por nove parlamentares, que apesar de se dizerem governistas, não se afinam nem rezam pela cartilha do líder da situação Ricardo Barbosa. Lindolfo deverá atuar como uma espécie de vice-líder do governo e é considerado um político experiente, com fácil desempenho na articulação. João Gonçalves frisou que as divergências do governo com a bancada de oposição são apenas pontuais, ocorrendo em algumas votações. Ele quer o compromisso de todos com as responsabilidades, citando que políticos devem ser contemplados com bônus, mas também devem arcar com o ônus de integrarem o governo.
Por outro lado, especulou-se, ontem, nos corredores da Assembleia, que o deputado Moacir Rodrigues (PSL) poderá ser o próximo a requerer licença na Assembleia, abrindo vaga para um suplente, que seria o vereador por João Pessoa João Almeida, do Solidariedade, primeiro suplente da coligação. Os dois já chegaram a conversar sobre o assunto e as articulações estão em andamento. Uma das hipóteses em pauta é a de que Moacir Rodrigues, irmão do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB) assume o comando da Agência Nacional de Águas (ANA) como aliado do presidente Jair Bolsonaro e entusiasta da área de recursos hídricos. Moacir Rodrigues salientou que uma de suas principais bandeiras no mandato que ora empalma é a da segurança hídrica da Paraíba e não esconde seu entusiasmo com a perspectiva de vir a ser convidado para dirigir a ANA.
Nonato Guedes