O advogado e ex-deputado federal por Pernambuco Fernando de Vasconcellos Coelho morreu aos 86 anos de idade, hoje, em João Pessoa, na UTI do Hospital Nossa Senhora das Neves, onde se encontrava internado há onze dias em decorrência de um AVC Acidente Vascular Cerebral. O velório na Central São João Batista na capital paraibana deve ter continuidade até amanhã, quando haverá o sepultamento. A notícia da morte de Fernando Coelho repercutiu profundamente nos meios políticos e sociais do vizinho Estado, conforme revela o site do jornal Diário de Pernambuco.
Já houve manifestações de pesar por parte de autoridades, lideranças políticas e classistas no Recife. O governador Paulo Câmara e a seccional pernambucana da Ordem dos Advogados do Brasil decretaram luto oficial por três dias. Fernando Coelho exerceu mandato parlamentar federal nas décadas de 70 e 80 pelo MDB, notabilizando-se pelo combate à ditadura militar e pela defesa das liberdades públicas, tendo sido contemporâneo do ex-senador e ex-deputado paraibano Marcondes Gadelha, um expoente do chamado grupo autêntico. Fernando Coelho presidiu a OAB-PE e dirigiu a Comissão Estadual da Memória e da Verdade Dom Hélder Câmara, destinada a apurar violações de direitos humanos contra opositores da ditadura militar no período compreendido entre 1964 e 1985. Em 2017, o ex-deputado venceu o Grande Prêmio Orgulho Pernambuco, pela sua atuação na área dos Direitos Humanos, conferido pelo jornal Diário de Pernambuco a inúmeras personalidades de projeção.
Fernando Coelho foi candidato a vice-governador de Pernambuco nas eleições de 1982, integrando a chapa encabeçada pelo então senador Marcos Freire, que foi derrotada nas urnas por Roberto Magalhães-Gustavo Krause. Também ocupou a vice-presidência nacional do antigo PMDB, presidido pelo já falecido deputado Ulysses Guimarães. Irmão de Germano Coelho, que por duas vezes foi prefeito de Olinda, era respeitado pelos adversários em virtude da seriedade de suas posições. Tinha votação expressiva na região metropolitana do Recife. Os autênticos do MDB foram denominados pela historiadora Ana Beatriz Nader de Semeadores da Democracia, no livro que ela lançou pela Paz e Terra sobre a jornada desse grupo ativo, que tinha outros nomes de relevo como Alencar Furtado e Lysâneas Maciel. O ex-deputado Fernando Coelho tinha vínculos familiares com a Paraíba.
Nonato Guedes, com Diário de Pernambuco