Prefeitas paraibanas que compõem o Movimento de Mulheres Municipalistas, presidido no Estado por Anna Lorena, gestora de Monteiro, estão deflagrando uma mobilização para coibir a incidência de feminicídios e para a adoção de políticas públicas voltadas para as mulheres. O MMM está anunciando um encontro para quinta-feira, em um hotel de Tambaú, com a presença da fundadora do Movimento no Brasil, Tânia Ziulkoski. A prefeita de Monteiro destacou como necessária a participação das gestoras com vistas a desenvolver e fortalecer uma rede de proteção às mulheres, tanto as que são vítimas de violência como as que necessitam de oportunidades para garantir o sustento da família.
A temática, igualmente, será objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa, que promete a união das mulheres diante da triste realidade do número de vítimas brutais de agressões e violências. Informações divulgadas pelo Centro da Mulher 8 de Março, coordenado por Irene Marinheiro, dão conta de que somente este mês seis mulheres foram assassinadas e seus companheiros são os suspeitos. Textualmente, adverte Irene Marinheiro: Precisamos falar mais sobre o tema, sobre o respeito às mulheres e ao ser humano como um todo. Mais iniciativas na mídia, para ver se a sociedade também se conscientiza de que ela pode intervir nessa violência, acionar as forças de segurança e denunciar, sem precisar que a denunciante se envolva na ocorrência.
De acordo com matéria do Correio da Paraíba, o número de feminicídios registrados em abril já superou o total do mesmo mês do ano passado e é quase duas vezes a média alcançada nos três primeiros meses deste ano. Até o domingo de Páscoa, seis mulheres foram assassinadas na Paraíba, sendo quatro casos somente na semana passada. Irene Marinheiro avalia que ainda são poucas e tímidas as políticas públicas focadas na conscientização dos agressores. A entidade também vê falhas no atendimento da polícia às mulheres vítimas de violência. Há cerca de um mês o governo do Estado divulgou um balanço de ocorrências policiais, comemorando a redução de feminicídios na Paraíba. A curva descendente, todavia, mudou em abril.
Em virtude dos últimos casos de feminicídio verificados, a Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa, presidida pela deputada Camila Toscano, do PSDB, resolveu promover uma audiência pública para discutir ações que possam ser desenvolvidas para reduzir os casos de violência. As prefeitas paraibanas integrantes do Movimento de Mulheres Municipalistas, em paralelo, estão propondo ações de empreendedorismo para valorizar as mulheres capacitadas em diferentes áreas de atuação. O Movimento de Mulheres Municipalistas é definido como o primeiro movimento de mulheres municipalistas apartidário e tem como um dos seus objetivos empoderar as mulheres para que cada vez mais elas tenham poder de influência nos rumos da sociedade como um todo.
Nonato Guedes