Por ocasião da realização, ontem, em João Pessoa, de encontro de prefeitas de 17 municípios paraibanos e três deputadas estaduais, houve uma exortação da deputada por Guarabira Camila Toscano, do PSDB, para que as lutas por mais espaços na atividade política sejam intensificadas. Apesar de já termos garantido importantes vitórias, ainda estamos longe de ter uma representação equivalente à masculina nas Casas Legislativas, nas gestões públicas, nos tribunais, argumentou Camila, lembrando que o próximo ano é eleitoral e por isso se torna imperativa uma discussão mais aprofundada sobre a presença efetiva do contingente feminino nas campanhas.
Ficou patente o consenso de que as mulheres engajadas à política não aceitarão mais compor chapas partidárias apenas para cumprir tabela, assumindo o papel de laranjas. Anna Lorena, prefeita de Monteiro, deu ciência das ações de fortalecimento dos espaços políticos para o sexo feminino e alertou: É importante que nós, como prefeitas, coloquemos as mulheres em secretarias estratégicas como forma de empoderá-las e incentivá-las a participar do processo político. Temos de aumentar o número de prefeitas na Paraíba, mas, também, de vereadoras, nas próximas eleições, salientou. A questão do feminicídio constou da pauta das discussões do encontro do Movimento Municipalista, diante da constatação da alta incidência de casos de agressões e crimes contra as mulheres.
A prefeita de Alagoinha, Maria Rodrigues, destacou a necessidade de serem reforçadas as rodas de diálogos entre mulheres, mostrando a elas que possuem a capacidade de disputar mandatos eletivos em qualquer esfera, inclusive, a presidente da República. No nosso município tenho insistido nisso desde que me elegi vice-prefeita. E agora, como prefeita, tenho tido uma intervenção maior, fazendo um trabalho de conscientização para que as mulheres não sejam incluídas em chapas partidárias ou de coligações apenas para atingir percentuais exigidos por lei, frisou. A deputada Camila Toscano foi incisiva: Infelizmente, ainda são poucas as mulheres que têm candidatura de fato e, quando têm, elas não acessam os recursos partidários para poder fazer as suas campanhas, não acessam o tempo de televisão e de rádio, não acessam nada. Então, é preciso empoderar a mulher por meio de ações concretas, para que possamos mudar o lugar das brasileiras na sociedade. Acredito muito nisto e vamos trabalhar com esse objetivo em todo o Estado, preconizou Camila Toscano.
Nonato Guedes