Ricardo Coutinho (PSB) foi prefeito de João Pessoa, eleito duas vezes; Cássio Cunha Lima (PSDB) foi prefeito de Campina Grande, eleito três vezes; Roberto Paulino (MDB) foi prefeito de Guarabira, na região do Brejo paraibano. Também foram governadores da Paraíba Ricardo duas vezes, Cássio eleito por duas vezes, Roberto Paulino investido na titularidade do governo em 2002, quando José Maranhão renunciou para disputar e ganhar uma cadeira no Senado. Ricardo, Cássio e Paulino podem fazer o caminho de volta no pleito municipal do próximo ano, disputando as prefeituras que já ocuparam. É o que destaca uma matéria especial do jornal Correio da Paraíba na edição do domingo, lembrando casos de outros governadores que foram prefeitos, como Antônio Mariz, que governou a cidade de Sousa no início da década de 60 e Wilson Braga, que foi governador na década de 80 e se elegeu prefeito de João Pessoa em 1988.
Ricardo, que permaneceu no exercício do governo até o último dia do segundo mandato, abrindo mão de concorrer ao Senado e que conseguiu eleger o sucessor, na figura de João Azevêdo, é o nome preferido entre dez de dez socialistas para voltar a disputar a prefeitura da Capital, onde se projetou para ascender ao governo do Estado em 2010. Coutinho não descarta a possibilidade mas não assume antecipadamente projeto de candidatura. Costuma lembrar, em entrevistas, que o PSB e seus aliados possuem diversos nomes com densidade para disputar a prefeitura de João Pessoa. No segundo mandato como prefeito, Ricardo teve que renunciar para disputar o governo e a titularidade foi assumida pelo vice Luciano Agra, já falecido. A meta dos socialistas é retomar o comando da prefeitura pessoense, que há dois mandatos é exercido por Luciano Cartaxo, atualmente filiado ao PV e que ainda não sinalizou preferências no seu grupo para a sucessão.
Roberto Paulino foi candidato a senador nas eleições de 2018, fazendo dobradinha com José Maranhão ao governo do Estado, ambos pelo MDB. A chapa de Maranhão foi derrotada e ficou em terceiro lugar no páreo, definido em primeiro turno com a eleição de João Azevêdo. Paulino havia dado a entender que estava se despedindo da política o filho, Raniery, foi reeleito deputado estadual e tem atuação destacada na Assembleia Legislativa. Mas abordagens e insinuações de próceres do próprio MDB poderão levar Roberto a ir para o páreo na cidade brejeira. Cássio, que ainda está se recuperando da derrota para a reeleição ao Senado em 2018, não confirma qualquer intenção de concorrer novamente à prefeitura de Campina Grande. Mas é a esperança maior do seu grupo para manter o poder, atualmente exercido por Romero Rodrigues, que está no segundo mandato.
O cientista político Lúcio Flávio observa que, além do Executivo estadual, que exerce fascínio devido à influência da caneta, para nomear e demitir, o Poder Legislativo também funciona como vitrine para deputados e vereadores, tanto assim que se prevê que a eleição municipal do próximo ano estará repleta de candidatos a prefeitos e vices oriundos da Assembleia Legislativa. Pelo menos quatro deputados estaduais, até agora, manifestaram interesse pela disputa municipal de 2020. A deputada Paula Francinete, do Progressistas, mulher do prefeito de Cajazeiras, José Aldemir, tenciona concorrer à prefeitura de São José de Piranhas, onde possui raízes. Em Campina Grande, três parlamentares movem-se nos bastidores para tentar entrar na disputa: Manoel Ludgério, do PSD, Tovar Corrêa Lima, do PSDB e Inácio Falcão, do PCdoB.
Nonato Guedes