O deputado estadual Wallber Virgolino, do Patriotas, e o ex-governador Ricardo Coutinho, do PSB, trocaram ataques, ontem, em intervenções feitas no programa Correio Debate, da 98.3 FM. A polêmica vinha se desenrolando em redes sociais com virulenta reação de Coutinho a uma denúncia de Wallber de que ele teria usado veículo da Infraero e o hangar do governo da Paraíba em desembarque no aeroporto Castro Pinto, um privilégio ao qual não teria mais direito desde o fim do ano em 31 de dezembro de 2018. Numa entrevista ao repórter Felipe França, Ricardo queixou-se que é filmado até quando vai à padaria, lembrou que sua aposentadoria na Universidade Federal da Paraíba virou manchete, a pensão especial de ex-governador também foi explorada na mídia e, por fim, reportou-se ao vídeo que mostra seu desembarque na última sexta-feira no aeroporto Castro Pinto.
Ricardo chamou Walber Virgolino de deputado desqualificado e questionou a sua honestidade. Disse que Wallber Virgolino saiu correndo do Rio Grande do Norte (onde era secretário de Administração Penitenciária) porque se envolveu em relações perigosas com facções criminosas. Ele sabe que eu sei disso e sabe porque o demiti da Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba. Ele sabe de tudo isso e vem e posta imagens como se eu estivesse fazendo alguma coisa errada. Eu estava acompanhando dois secretários do atual governo, que precisavam liberar documentos para Ordens de Serviço com que o governador João Azevêdo anunciaria obras em plenárias do Orçamento Democrático em cidades do Sertão, explicou Ricardo, reiterando que nunca teve apego ao poder nem a mordomias oficiais.
O deputado Wallber Virgolino não se deixou intimidar pelas declarações do ex-governador socialista e rebateu que foi demitido por Ricardo Coutinho do seu governo porque se recusou a participar de um esquema de superfaturamento no fornecimento de refeições para os presídios. Desqualificado é Ricardo, que foi um câncer para a Paraíba, atacou o deputado do Patriotas. Que também retribuiu as ofensas: Ele (Ricardo) não tem formação familiar, educação e moral para comandar um Estado, e nós estamos constatando, agora, o resultado de sua passagem pelo governo. Ele importou do Rio de Janeiro a maior organização criminosa e aprendeu com Sérgio Cabral a chefiar uma Orcrim. A referência é à contratação, pelo governo Ricardo Coutinho, da Cruz Vermelha do Brasil, para administrar a saúde pública no Estado. A Organização Social acabou sendo descredenciada pelo governo João Azevêdo em meio a denúncias de irregularidades e pagamento de propinas a ex-auxiliares da administração anterior. A secretária Livânia Farias, que foi mantida por João Azevêdo, comandando a Administração, ficou presa durante um período, foi exonerada e já está em liberdade após ter fornecido informações consideradas valiosas a investigadores policiais. Sérgio Cabral cumpre pena no Rio de Janeiro e acumula denúncias de irregularidades à frente do governo daquele Estado.
Wallber Virgolino disse que está pronto para um debate com o ex-governador Ricardo Coutinho. E ironizou: Debater com ele é fácil. Eu vou falar de corrupção e ele não pode. Vou falar de combate à corrupção e ele não pode. Ele que escolha o local e armas que estarei lá. Ricardo Coutinho, por sua vez, replicou: (Wallber) é uma pessoa que aproveitou dessas brechas históricas que a política às vezes dá para entrar, e depois começa a fazer tanta coisa risível que é de um mandato só. Não tem estatura política, moral e intelectual. Para esse tipo de gente, digo: me respeite!.