Falando a jornalistas, ontem, o governador João Azevêdo (PSB) negou estremecimento de relações com o antecessor Ricardo Coutinho, como reflexo de exonerações de secretários remanescentes da gestão passada e que estão respondendo a processos da Operação Calvário, que apura irregularidades e pagamento de propinas em transações efetuadas na área da Saúde Pública do Estado. Questionado sobre as exonerações de Gilberto Carneiro (Procuradoria Geral), Waldson de Souza (Planejamento) e a troca de secretaria de Cláudia Veras (Saúde), Azevêdo frisou que são mudanças normais, cogitadas desde os dez dias de sua investidura no Palácio da Redenção.
– Nós estamos tratando de reordenar a equipe de governo, vamos continuar fazendo isso e quando for necessário tomaremos as providências devidas enfatizou o governador socialista, que não quis se aprofundar sobre as investigações da Operação Calvário. Para ele, o governo do Estado está fazendo o que tem que ser feito e vai perseverar nessa linha, trabalhando pelos paraibanos. Preveniu que outras mudanças devem acontecer, pelo menos até o final do mandato, dentro da estratégia de fazer a administração avançar e produzir resultados cada vez mais positivos. A quarta fase da Operação Calvário afetou áreas sensíveis do governo ao cumprir mandados de busca e apreensão na secretaria da Administração, na PGR, tendo como alvos os ex-auxiliares Gilberto Carneiro e Livânia Farias, bem como a efetuação da prisão da servidora Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro.
Os pedidos do Ministério Público foram deferidos pelo desembargador Ricardo Vital. Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro é acusada de ter adquirido patrimônio ilícito, incompatível com seu poder aquisitivo. Era ocupante de cargo comissionado de assistente de gabinete com lotação na Procuradoria-Geral do Estado e houve a suspeita de que ela poderia estar ocultando bens pertencentes a ela ou a terceiros integrantes de uma organização criminosa formada no âmbito da administração socialista da Paraíba. Ontem à tarde, houve uma audiência de custódia de Maria Laura Caldas, promovida pelo juiz Adilson Fabrício Gomes Filho, que decidiu manter a prisão preventiva decretada terça-feira passada na quarta fase da Operação Calvário. O magistrado que conduziu a audiência também determinou o encaminhamento da investigada à Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. Foi proibida visita, com exceção de advogados e de familiares de primeiro e segundo graus.
Nonato Guedes