A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou uma audiência pública para debater a Campanha da Fraternidade 2019, que traz como tema Fraternidade e Políticas Públicas inspirada no versículo bíblico: ‘Serás libertado pelo direito e pela justiça’ (Is 1, 27). Líderes religiosos e representantes de várias congregações católicas trouxeram à tona assuntos como os direitos sociais, campanhas solidárias, ações voltadas para os mais pobres e o papel da Igreja nesse contexto.
A audiência foi proposta e presidida pelo vereador Carlão (DC), que contou, na composição da mesa, com a presença do padre Luiz Júnior, vigário geral da Arquidiocese da Paraíba; padre André Percival, assistente eclesiástico da Renovação Carismática Católica; padre Romualdo de Oliveira; diácono Irinaldo Diniz; e do ex-deputado Raoni Mendes, representando a Comunidade Católica Adoração.
Carlão iniciou sua fala destacando a importância da audiência dentro do contexto da Campanha da Fraternidade deste ano, do papel da Igreja na defesa dos mais pobres e da necessidade de políticas públicas eficientes, que combatam a fome e a pobreza. O parlamentar ressaltou que a Igreja desempenhará um papel fundamental neste período, estimulando os cristãos a refletiram sobre as políticas públicas, ações e programas desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática direitos previstos na Constituição Federal e outras leis vigentes.
Segundo o vereador, esse ano a Igreja Católica convidará todas as pessoas a participarem da formulação, avaliação e controle social das políticas públicas, em todos os níveis, como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao povo brasileiro. Carlão disse que, como em todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de convenção quaresmal.
Na tribuna, o padre Luiz Júnior fez questão de agradecer, em nome da Arquidiocese da Paraíba, a iniciativa do vereador Carlão e a Câmara por ceder o espaço para tratar da Campanha da Fraternidade 2019. Ele deixou claro que a Campanha não termina com o fim do período da Quaresma. Muito pelo contrário, a Campanha da Fraternidade é discutida durante todo o ano e toda a vida da Igreja, afirmou. Padre Luiz Júnior também falou da questão da convenção humana. A convenção tem que se dar individualmente, e o mundo que nos cerca tem que passar por essa mudança, comentou.
O vigário geral da Arquidiocese observou que as políticas públicas representam soluções específicas para a sociedade. Não é apenas uma iniciativa do Governo, outros atores precisam se envolver nessa Campanha, argumentou. De acordo com ele, atualmente, a Igreja está muito mais próxima das comunidades e de seus problemas do que o Poder Público.
O Padre André Percival destacou, entre outras questão, o artigo 6º da Constituição Federal (CF), que garante às pessoas o direito à educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, além da assistência aos desamparados. Na sua opinião, a Igreja não pode se calar diante das injustiças causadas aos pequenos.
O ex-deputado Raoni Mendes disse que a Fraternidade existe para que as pessoas possam convergir em um ponto comum. Na ocasião, ele lembrou sua luta, quando vereador e deputado, em favor de ações sociais e políticas importantes para beneficiar as camadas sociais mais desfavorecidas da Capital e do Estado.
Paulo de Pádua