Numa tumultuada entrevista, ontem, no programa radiofônico Correio Debate, da 98 FM, em João Pessoa, em que travou discussão acalorada com o radialista Nilvan Ferreira, que indagou se ela está envolvida na Operação Calvário, a deputada estadual Estela Bezerra garantiu que não existe racha dentro do PSB, como tem sido apregoado na mídia. Temos personalidades diferentes e cada um com seu perfil. Existe disputa por visibilidade, mas não vejo o partido com rachadura, reagiu. A questão entrou em pauta diante da sinalização da deputada estadual Pollyanna Dutra de que pode deixar os quadros socialistas por ter sido preterida em comissões da Assembleia devido à postura crítica que tem assumido sobre o governo de João Azevêdo.
Estela se sentiu ofendida com uma pergunta do apresentador Nilvan Ferreira sobre se teme a delação da ex-secretária Livânia Farias, que chegou a ser presa na Operação Calvário. No início da semana, a deputada indispôs-se com o jornalista Thiago Moraes, negando-se a responder a perguntas suas e acusando-o de praticar jornalismo de esgoto. A deputada admitiu que a Assembleia Legislativa vive uma realidade diferente com a instalação do G10, que, na sua opinião, é um bloco de centro. Disse que os integrantes desse grupo manifestam tendência pró-governista mas não são governistas, diante de atitudes discrepantes da orientação oficial que têm tomado. Vivemos uma dinâmica distinta na Assembleia com tudo isso, obtemperou Estela.
Sobre a aprovação da convocação do secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, para ir à Assembleia, o que contou com a aprovação do G10, Estela explicou que o próprio regimento da ALPB fixa a obrigatoriedade de justificativa de fatos determinantes para tais convocações. Sempre colocamos aprovação de convites, não de convocação, para casos sem fatos determinantes. Não é possível estar agredindo o governo por quaisquer motivações aleatórias, sublinhou a deputada. No que diz respeito à discussão da adoção das emendas impositivas, contra as quais tem se manifestado o governador João Azevedo, Estela admitiu que o governo se submeterá a um teste na votação da matéria.
– Temos uma projeção de governo para ações de estradas e em outras diversas áreas e no momento de dificuldade como este não podemos fragmentar um orçamento que já é curto. Eu acredito que a oportunidade das emendas impositivas chegará à Paraíba, mas ainda não é esta ressaltou, demonstrando afinidade com o ponto de vista do governador João Azevêdo, cuja preocupação diz respeito ao suposto desequilíbrio da situação financeira do Estado caso o governo tenha que fazer valer obras e investimentos decorrentes de emendas de iniciativa de parlamentares das mais diferentes regiões.