O Tribunal Regional do Trabalho alegou problemas de ordem financeira para decretar a extinção de Varas do Trabalho em cidades do interior do Estado, dentre elas Cajazeiras.
É de conhecimento de todos a redução do quadro de pessoal em razão do elevado número de aposentadorias nos últimos anos e das restrições impostas à recomposição do quadro de servidores. É importante também se ressaltar os impactos do novo regime fiscal instituído pela Emenda Constitucional n.º 95, que fixou como base para o teto de gastos, no âmbito da União, o orçamento de 2016, ocasião em que houve um corte de 90% nas dotações destinadas a investimentos e de 29,4% nas de custeio. Isso motivou a edição do Ato Conjunto n.º 5/2019 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, que estabeleceu o valor de R$ 18.853.460,00 como limite para Outras Despesas Correntes e de Capital (ODCC) do Tribunal no exercício 2020, o que representa uma redução média de 30% no custeio, explicou o presidente do TRT13, desembargador Wolney Cordeiro.
Para a transferência das Varas do Trabalho, o presidente apresentou outros dados relevantes e que repercutem diretamente no dimensionamento da jurisdição das Varas do Trabalho da 13ª Região, como a redução, em média, de 40% do número de casos novos após a Reforma Trabalhista e a implantação e consolidação do processo eletrônico em 100% dos casos novos, o que dispensa o comparecimento das partes na secretaria das unidades, exceto para a realização de audiências, já que até os alvarás estão sendo assinados eletronicamente e disponibilizados às partes nos próprios autos.
A Comrejuris propôs a transferência das Varas do Trabalho que tiveram baixa movimentação processual nos últimos anos: Itabaiana, Picuí, Mamanguape e Cajazeiras.
Todos os desembargadores se manifestaram durante a sessão administrativa, expondo que as transferências vão acontecer por estrita necessidade e baseadas em critérios técnicos. Os integrantes do Tribunal Pleno acompanharam o voto da Presidência.
Na sessão que aprovou as transferências, se manifestaram o prefeito de Cajazeiras, José Aldemir Meireles, o deputado estadual Jeová Campos, advogados e lideranças do município, que pediram a manutenção da unidade.
O juiz Marcelo Carniato, presidente da Associação dos Magistrados da Paraíba (Amatra13), considerando a situação vivenciada pelo Tribunal do Trabalho, se pronunciou favorável à medida, ressaltando a existência de mecanismos e ferramentas que amenizam os impactos para a sociedade, entre eles posto avançado, audiências volantes e sistema de videoconferência.
Fonte: TRT