O deputado federal Gervásio Maia (PSB-PB) revelou que está plenamente de acordo com o teor do projeto de decreto legislativo apresentado pelo Partido Socialista na última quinta-feira com o objetivo de suspender os efeitos de decreto do presidente Jair Bolsonaro que passa a avaliar as indicações para postos de reitores das instituições federais de ensino. Esta é mais uma medida autoritária do governo de Bolsonaro, que claramente tenta violar a autonomia das Universidades, que é prevista na própria Constituição Federal, verberou o deputado paraibano.
Ex-presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Gervásio Maia frisou que não é retaliando a comunidade acadêmica que se resolverá os problemas da educação do país. Salientou que há um repúdio não apenas da esfera universitária mas da sociedade como um todo às tentativas urdidas pelo governo Bolsonaro para o desmonte da Educação. O parlamentar acredita que as medidas de retaliação do governo Bolsonaro fazem parte da estratégia em curso desde o início do atual governo para punir professores e estudantes que não rezam pela cartilha ideológica do presidente, cujas tendências direitistas e conservadoras são bastante conhecidas dentro e fora do Brasil.
O deputado paraibano critica a ausência de políticas públicas por parte do governo em todas as áreas e avalia que, especialmente na Educação, o panorama é calamitoso, de que é exemplo a inconstância na própria indicação de ministros e assessores qualificados que comandam órgãos encarregados de aplicar provas do Enem. Considera falacioso o argumento do presidente Jair Bolsonaro de que está esvaziando o ensino superior para dar prioridade à educação básica. Na opinião de Gervásio, uma prioridade não exclui a outra. O que se nota é a falta de compromisso para com o investimento no ensino de qualidade.
Gervásio Maia salienta que o próprio governo Bolsonaro transformou o Ministério da Educação em foco de balbúrdia, com choque de medidas e com a infiltração ostensiva de grupos e pessoas que tentam moldar o ensino às suas convicções, dando como exemplo a influência danosa que foi exercida pelo filósofo Olavo de Carvalho, tido como guru do presidente Jair Bolsonaro e de filhos seus, e que vinha sendo consultado sobre atos e nomeações na Pasta, mesmo residindo nos Estados Unidos e mantendo-se distanciado do conhecimento mais profundo da realidade brasileira. Identifica, ainda, nas medidas que violam a autonomia universitária, uma reação do governo às manifestações de hostilidade que ganharam as ruas em todas as Capitais e em inúmeras cidades brasileiras. Ao invés de ouvir o sentimento das ruas, esse governo dá as costas à sociedade, agravando a difícil comunicação que mantém depois que tomou posse, finalizou o deputado paraibano, prevendo nova escalada de protestos para os próximos dias.
Nonato Guedes