Um dia antes da visita a Pernambuco, onde deve participar de reunião da Sudene, no Recife, com governadores da região, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) antecipou no café da manhã com a bancada de deputados federais do Nordeste, no Palácio do Planalto, que o governo examina um projeto capaz de gerar melhor resultado fiscal do que a economia estimada com a reforma da Previdência, que é de cerca de R$ 1,6 trilhão em dez anos. Ninguém vai reclamar desse projeto que, com certeza, será aprovado por unanimidade nas duas Casas do Congresso, ressaltou o presidente, sem deixar de elogiar a atuação do ministro Paulo Guedes, da Economia, para obter dividendos com a nova Previdência.
À tarde, após reunir-se com o presidente, o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, falou à imprensa sobre a proposta mencionada por Bolsonaro e frisou que ainda vai analisar detalhadamente o texto para verificar, até mesmo, sua viabilidade. A primeira visita do presidente ao Nordeste desde sua posse a primeiro de janeiro está confirmada para amanhã, com roteiro fixo em Pernambuco. Bolsonaro vai entregar casas do programa Minha Casa, Minha Vida, na cidade de Petrolina. O deputado Júlio César Lima, do PSD-PI, coordenador da bancada, disse que o fortalecimento de órgãos como a Sudene, o Dnocs, o Banco do Nordeste, poderá ajudar a região a aumentar a participação na produção de riquezas e no Produto Interno Bruto do país. Também mencionou como prioridades a conclusão da transposição das águas do rio São Francisco e da ferrovia Transnordestina.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República assegurou não ter informações mais concretas sobre a proposta antecipada por Bolsonaro, que será divulgada oportunamente. Cintra, por sua vez, falou em medida de reavaliação patrimonial de bens declarados por pessoas físicas e jurídicas mas não soube explicar como o governo elevaria receitas. Descartou, entretanto, de forma peremptória, a possibilidade de aumento de impostos. Sobre a reavaliação de patrimônio, notou que normalmente as declarações são baseadas em valores históricos e que a sistemática poderá mudar, com a declaração baseando-se em valores de mercado, o que implicaria numa agilização do próprio mercado, facilitação de negócios e arrecadação extra por parte dos que optaram ou que vierem a optar por um regime diferenciado. Mas não tenho os detalhes ainda, não recebi o projeto, é apenas uma solicitação do presidente da República se debruce sobre esse projeto, finalizou.
Da Redação, com Agência Brasil