A partir das 19h de hoje, no Cajazeiras Tênis Clube, ocorrerão a instalação da Academia de Letras de Cajazeiras (Acal) e a posse dos primeiros integrantes da instituição. Conhecida como terra da Cultura e cidade que ensinou a Paraíba a ler, com destaque em diversos segmentos da atividade intelectual e artística, Cajazeiras acalenta a ideia de uma Academia há pelo menos duas décadas. O professor Francelino Soares, secretário da entidade, conta que tudo começou nos festejos do bicentenário do fundador da cidade, padre Inácio de Souza Rolim, mais precisamente em 22 de agosto de 2000, por iniciativa do então deputado federal Edme Tavares de Albuquerque, já falecido. Mas o movimento ganhou força mesmo a partir de 2018, quando um agrupamento de pessoas ligadas à cultura se empenhou para viabilizar o empreendimento.
O presidente da Acal será o escritor Francisco Sales Cartaxo Rolim, filho do poeta Cristiano Cartaxo, figura lendária em Cajazeiras. Frassales, como é chamado pelos íntimos, é autor de livros de grande repercussão na Paraíba e além-fronteiras e um estudioso da história da região. Radicado no Recife, foi secretário de Planejamento do Governo da Paraíba na gestão de Ivan Bichara Sobreira, no final da década de 70 e ligou-se a economistas com atuação marcante na fundação e fortalecimento da Sudene. Além do mais, é colaborador da imprensa, com artigos publicados regularmente na Gazeta do Alto Piranhas, de Cajazeiras, e em outros veículos, inclusive, na internet. Uma comitiva de João Pessoa irá à cidade sertaneja prestigiar os eventos, dela fazendo parte o presidente da Academia Paraibana de Letras, Damião Ramos Cavalcante, o colunista e imortal Abelardo Jurema Filho e o empresário e articulista Roberto Cavalcanti, diretor-presidente do Sisteema Correio de Comunicação.
Cajazeiras é berço de nomes de projeção nas artes e na cultura, a exemplo da atriz Marcélia Cartaxo, premiada com o Urso de Prata no Festival de Cinema de Berlim, o cantor e compositor Zé do Norte, que chegou a ter músicas gravadas por Caetano Veloso e veiculadas no exterior, o ator Buda Lira, ainda agora festejado em Cannes na exibição do filme Bacurau, cujo elenco integra, o teatrólogo Ubiratan di Assis, secretário de Cultura da administração municipal e ex-diretor do Teatro Santa Roza em João Pessoa, o jornalista e escritor Lúcio Villar, a atriz Soia Lira. Hoje, 38 imortais ocuparão as cadeiras da Academia de Letras de Cajazeiras, vinculadas a patronos ligados à história da cultura local desde sua fundação. A relação dos que assumirão os postos é a seguinte: Sebastião Moreira Duarte, Aguinaldo Rolim, Irismar Gomes, Chagas Amaro, Alexandre Costa, Francisco Sales Cartaxo Rolim, Irismar Di Lyra, Antônio Bandeira, Constantino Cartaxo, Rui Leitão, Francelino Soares, Naldinho Braga, Lenilson Oliveira, Paulo Andriola, Linaldo Guedes, Bosco Maciele, Hélder Moura e Ubiratan di Assis.
Também ocupam cadeiras na academia Cristiano Moura, José Caitano, Nadja Claudino, Gutemberg Cardoso, Eliezer Rolim, Lúcio Vilar, Saulo Péricles Pires Ferreira, Guilherme Sargentelli, José Rigonaldo, Gilson Souto Maior, Josival Pereira, José Antônio de Albuquerque, Padre Francivaldo, Rafael Holanda, Carlos Gildemar Pontes, Reudesman Lopes, Abdiel de Souza Rolim, Ely Janoville Santana, Edna Marlowa, Mariana Moreira. A Acal possui 40 cadeiras mas duas ainda estão vagas em face de respectivas desistências. Francelino Soares afirma: A ideia da academia é agregar membros tantoda área das letras quanto de outras expressões culturais, como o cinema, as artes plásticas e a música, já que Cajazeiras possui artistas diversos.
Nonato Guedes