Embora ainda não oficializada pelo presidente Rodrigo Maia, do DEM, a escolha do deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro, do PP, como relator da reforma tributária na Câmara é dada como certa em círculos influentes de Brasília. Rodrigo Maia teria o apoio de integrantes do colegiado de líderes da Casa para efetivar a indicação de Ribeiro, que na última edição da revista Veja foi apontado como um dos expoentes do Centrão, agrupamento parlamentar que postula ideias conservadoras e é tido como fisiológico por pressionar o governo por cargos federais.
O próprio deputado teria sinalizado com o aceite para a nova missão, conforme revela o colunista político Edinho Magalhães, do Correio da Paraíba, baseado em Brasília. Ele acrescenta que a provável escolha de Aguinaldo Ribeiro eclode num momento em que o Legislativo reafirma seu protagonismo na pauta política nacional, perante um governo que continua sem base sólida e numérica no Parlamento, o que o impossibilita de ganhar musculatura para interferir na decisão. Em paralelo, de acordo com Edinho Magalhães, Aguinaldo Ribeiro goza de cacife privilegiado na Câmara, sendo acolhido pelos pares, quer da base do presidente Jair Bolsonaro, quer da oposição, em virtude da sua postura de honrar acordos e compromissos firmados acerca de votações de matérias na Câmara dos Deputados.
Diferentemente da reforma da Previdência, que desembarcou no Congresso por meio de um texto proposto pelo Executivo, a reforma tributária já tem um texto próprio em andamento dentro do Parlamento. Trata-se da Proposta de Emenda Constitucional de autoria do deputado Baleia Rossi (SP), líder do MDB, que já teve, inclusive, sua admissibilidade aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, caminhando a passos largos para começar a ser amplamente discutida em Comissão Especial da Casa, onde o parlamentar paraibano se converterá no personagem principal. A reforma tributária interessa, particularmente, ao presidente da República, governadores de Estados e Territórios e prefeitos de cidades, diante das alterações que poderá proceder no atual modelo de distribuição de recursos públicos.