De acordo com matéria do jornal Correio da Paraíba, 208 dos 223 municípios do Estado já possuem áreas com risco de desertificação, e em pelo menos três deles já há trechos com desertificação irreversível. Foi o que revelou um estudo realizado pelo Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba, acrescentando que uma das áreas mais preocupantes para os estudiosos é o alto curso do rio Paraíba, na região do Cariri paraibano, onde a desertificação ameaça, inclusive, as obras da transposição de águas do rio São Francisco,
A matéria do repórter Ainoã Geminiano lembra que amanhã será celebrado o Dia Mundial de Combate à Desertificação, data criada pela Organização das Nações Unidas para promover reflexões sobre alternativas visando a minimizar os efeitos do fenômeno. A desertificação é provocada pela degradação ambiental e, embora o nome remeta a um deserto regiões com pouca chuva, quentes e áridas, a área desertificada é ainda pior, segundo o professor Bartolomeu Israel de Souza, doutor em Geografia e professor do Departamento de Geociências da UFPB. Ele pontuou: Embora tenha as características áridas, o deserto é um bioma onde seus elementos estão em equilíbrio e adaptados à falta de chuva. Na área desertificada, acontece um desequilíbrio e, em consequência disso, o comprometimento do solo, que se torna infértil e não consegue se recuperar.
As desertificações estão no foco das fiscalizações do Ibama. Dados disponibilizados pelo órgão atestam que nos últimos dez anos foram feitas 1.119 autuações ambientais e pelo menos 189 áreas foram embargadas por causa de desmatamento entre os anos 2006 e 2013. O geólogo Zanoni Carvalho Arouke, que integra o setor de fiscalização do Ibama na Paraíba, destacou que uma das dificuldades encontradas no combate à desertificação ambiental é a falta de legislação específica que proteja as três áreas da caatinga. No alto curso do rio Paraíba passa o Eixo Leste da Transposição do Rio São Francisco.
O professor doutor em Geografia Bartolomeu Israel explica: A questão é que a água da transposição só é canalizada até o município de Monteiro. A partir de então ela segue pelo curso natural do Rio Paraíba, que vem sendo afetado com o depósito de sedimentos. Se não houver uma intervenção eficiente no sentido de desassoreamento, o risco de comprometer a Transposição é real.
Da Redação com Jornal Correio da Paraíba