O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), adversário político do governador João Azevêdo (PSB), revelou, de forma enfática, que não há nenhuma cogitação de sua parte, por enquanto, em pleitear audiência ao chefe do Executivo estadual para trato de demandas administrativas. Salientou que não tem nenhuma dificuldade, em caráter pessoal, para dialogar com o gestor socialista. Mas, atualmente, não há nenhuma pauta específica a ser discutida. Nós vamos marcar (a audiência) na hora que a gente achar interessante, com uma pauta bem definida. O esclarecimento serviu para o prefeito rebater insinuações de que tivesse protocolado pedido de audiência.
Apesar das demandas e da necessidade de parceria com a administração estadual na execução de alguns projetos de interesse da população da Capital, o prefeito Luciano Cartaxo não se encontrou com o governador João Azevêdo desde que ele tomou posse. Na campanha eleitoral do ano passado, estiveram em lados opostos. O irmão gêmeo do prefeito, Lucélio, que atualmente é Chefe de Gabinete da prefeitura pessoense, concorreu ao governo do Estado representando uma ala da oposição e tendo como vice a doutora Micheline Rodrigues, mulher do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, que na época era filiado ao PSDB e hoje milita no PSD. A chapa Lucélio-Micheline ficou em segundo lugar, tendo Azevêdo sido eleito em primeiro turno, graças ao decisivo empenho do então governador Ricardo Coutinho, que permaneceu no cargo até o último dia e não concorreu ao Senado, como era especulado.
Por outro lado, Luciano Cartaxo voltou a afirmar que considera prematura a discussão, no seu bloco político, de eventuais pretendentes à sua sucessão na prefeitura, advertindo que o momento é de trabalhar pela cidade porque esta é a expectativa reinante na população. A imprensa tem projetado os nomes do líder da bancada governista na Câmara Municipal, Fernando Milanez Neto, do PTB, e do secretário de Desenvolvimento Social da Capital, Diego Tavares (PV), filho do médico Reginaldo Tavares, ex-vice-prefeito de João Pessoa, como alternativas naturais e concorrentes no agrupamento de Cartaxo. De acordo com o Correio da Paraíba, Milanez Neto admitiu, ontem, a perspectiva de disputar a sucessão caso seja escolhido por Luciano Cartaxo. Frisou que no momento seu projeto prioritário é preparar a reeleição à Câmara, mas não descarta outros desafios. Eu fui um dos primeiros vereadores a defender a administração do prefeito Luciano Cartaxo, até porque acredito muito na gestão que tenho defendido, recordou.
Já Diego Tavares propõe que a discussão sobre a escolha do candidato que representará o bloco cartaxista seja feita no ano que vem. Por enquanto, é muito cedo. Eu não poderia, neste momento, misturar políticas em favor das crianças, dos adolescentes, dos idosos, na cidade de João Pessoa, com a política-partidária. A política-partidária precisa ser debatida no âmbito partidário, mas não neste ano, que é um ano de muito trabalho e realizações administrativas, ponderou. Diego disse que as aparições na companhia do prefeito em inaugurações de obras e em outras ações administrativas são naturais, inerentes ao seu trabalho como secretário de Desenvolvimento Social, não como parte de uma estratégia de massificação do seu nome. Nós estamos desenvolvendo um grande trabalho e temos o que oferecer à população, finalizou.