A jornalista paraibana Rachel Sheherazade, apresentadora do telejornal SBT Brasil, comemorou em sua página na internet a renovação, depois de oito anos, do crachá como funcionária do Sistema comandado pelo também apresentador e empresário Sílvio Santos. Rachel não se alongou em comentários sobre a renovação do crachá, além de se confessar orgulhosa, mas ficou implícita, na postagem, uma resposta a aliados influentes do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que pediram sua cabeça por críticas que tem feito no You Tube ao governo do capitão reformado. O empresário Luciano Hang, da Havan, expôs-se de público na censura a Sheherazade pela oposição a Bolsonaro e alertou Sílvio Santos para demiti-la, insinuando, até, tendência esquerdista da apresentadora.
Aparentemente fortalecida com a renovação do crachá, que sinaliza para a continuidade do contrato como apresentadora do SBT e permanência na emissora de Sílvio Santos, a jornalista voltou a criticar o presidente Bolsonaro e seu governo em podcast no You Tube. Ela avalia que o governo atual está vivendo um verdadeiro inferno astral e menciona dados sobre a crise econômica agravada pela drástica redução de postos de trabalho. Os sinais de recessão parecem evidentes, comentou Rachel Sheherazade, ao elencar números de levantamentos feitos por institutos acreditados sobre o mercado nacional. Ela fez uma associação da crise com a pesquisa divulgada ontem, com assinatura do Ibope, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria, em que 32% dos entrevistados avaliam o governo como ruim ou péssimo, enquanto o mesmo percentual avalia como ótimo ou bom.
Foi a primeira vez, como destacou Sheherazade, que o governo do presidente Bolsonaro caiu para patamar tão desgastante perante a opinião pública. No seu comentário, Rachel enfatiza que há uma rejeição visível, inclusive, à forma de governar do presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta conflitos em série na órbita do Palácio do Planalto, com desentendimentos de ministros e outros auxiliares de confiança, além de acumular derrotas pontuais no Congresso Nacional, numa conjuntura delicada em que o governo aposta todas as fichas na aprovação da reforma da Previdência. O inferno astral do presidente, disse Sheherazade, estendeu-se ao Japão, na reunião do G-20, onde houve críticas de dirigentes de outros países à suposta omissão do Brasil na questão ambiental, o que mereceu protestos da parte de Bolsonaro. Para a jornalista, está mais do que na hora de haver uma autocrítica por parte do presidente da República, bem como uma correção de rumos no campo das políticas públicas que tem adotado e que não estão agradando parcelas significativas da sociedade brasileira.
Nonato Guedes