Ao condecorar, ontem, o ministro da Justiça, Sergio Moro, com a Ordem do Ipiranga, no grau de grã-cruz, o mais elevado, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) exaltou a atuação do homenageado com juiz na Operação Lava-Jato e a parceria feita com ele, já ministro, para a transferência de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) que estavam em penitenciárias do Estado. O Brasil precisa de mais Moros e menos Lulas, discursou Doria, enfatizando que foram os governos petistas que contribuíram para assaltar os cofres públicos e roubar a consciência de brasileiros. Comentando o antagonismo entre Lula e Moro, o governador frisou: Não foi uma batalha pessoal de um contra o outro. Se houve uma causa na prisão de Lula, foi a causa da verdade contra a mentira. E, para o bem do Brasil, venceu a verdade, venceu o Brasil, venceu Sergio Moro.
O ministro, por sua vez, disse que nas últimas semanas tem sofrido vários ataques, referindo-se às reações ao vazamento de mensagens trocadas por ele quando era juiz da Lava-Jato com o procurador DeltanDallagnol. Moro classificou o episódio das mensagens como um falso escândalo e disse que a Lava-Jato faz parte do seu passado, mas foi um passo decisivo para combater um padrão de impunidade da grande corrupção no Brasil. Ao comentar os recursos recuperados após o trabalho da Lava-Jato, Doria disparou contra o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
– Graças à operação Lava-Jato o Brasil está recuperando mais de R$ 13 bilhões desviados pela corrupção de governos petistas, de corrupção de governos do PT sublinhou. O governador se referiu à entrega da medalha a Moro como um momento histórico para São Paulo, chamando o ex-juiz de grande patriota e grande brasileiro. E prosseguiu: Se não fosse esse homem, liderando um grupo de patriotas, com juízes, desembargadores, promotores, nós não teríamos a Lava-Jato no Brasil e não teríamos trancafiados em prisões aqueles que usurparam, roubaram e enganaram os brasileiros. Doria disse ainda que o início de um esquema criminoso foi em São Paulo e recordou, sem citar o nome do ex-presidente Lula, que o tríplex do Guarujá e o sítio de Atibaia ficam no Estado. O ex-presidente foi condenado em processos relativos aos dois imóveis, respectivamente, adquiridos em transações que teriam a participação da empreiteira Odebrecht.
Nonato Guedes, com Folhapress