O Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, passará a ser gerido a partir de segunda-feira por uma nova Organização Social (OS) que substituirá a Cruz Vermelha, estopim de deflagração da Operação Calvário, que apurou desvios de recursos públicos na Saúde. O contrato com a Cruz Vermelha foi rescindido por determinação do governador João Azevêdo que, não obstante, comprometeu-se a manter o modelo de gestão pactuada de serviços essenciais da administração com organizações sociais qualificadas. Neste final de semana, o governador e equipe analisam as propostas de habilitação apresentadas para o gerenciamento da unidade hospitalar.
Estão no páreo pelo controle de um dos maiores hospitais da Paraíba duas organizações: o Instituto Acqua e a Santa Casa de Misericórdia de Birigui, ambas de São Paulo. A oficialização da rescisão do contrato com a Cruz Vermelha e as medidas adotadas para a escolha da OS que ficará à frente da gestão do Trauma por um período de seis meses foram feitas no final da tarde de ontem pelo próprio governador João Azevêdo, depois de uma visita feita ao hospital, onde se reuniu com os funcionários e todas as gerências para revelar a mudança e motivação para implementá-la. O gestor se fez acompanhar do secretário de Saúde, Geraldo Medeiros e de outros auxiliares.
João Azevêdo garantiu, como espécie de compromisso de honra, que a mudança não implicará em prejuízos para funcionários, fornecedores ou cooperativas médicas do Estado. Ninguém deixará de receber um único centavo nas suas rescisões com a empresa anteriormente contratada. O nosso compromisso é o de honrar, absolutamente, tudo que se referea salário, fornecedor e assistência à população, esclareceu. Para ele, os serviços do hospital continuarão sendo prestados normalmente sem sofrer qualquer solução de continuidade. Qualquer pessoa que precise dos serviços do hospital o encontrará aberto e funcionando normalmente. Isto aqui não pertence ao governo do Estado, mas ao povo da Paraíba, enfatizou.
De acordo com o chefe do Executivo, a nova empresa escolhida será avaliada por quatro níveis de fiscalização durante a gestão. A estrutura de acompanhamento, agora introduzida, é para garantir a transparência na unidade hospitalar. O primeiro nível será de controle na própria unidade, que também contará com um gestor, enquanto a segunda etapa ficará a cargo da Secretaria de Saúde do Estado. A Superintendência, que faz o controle das demais organizações sociais, também irá fiscalizar, e o último nível de monitoramento estará sob responsabilidade da Controladoria Geral do Estado. Com essas medidas, temos certeza de que o serviço funcionará bem, arrematou o governador.
Nonato Guedes