O Congresso Nacional renovado em 2018 tem menos parlamentares com problemas na Justiça, de acordo com levantamento divulgado pelo site Congresso Em Foco, após consultas feitas a tribunais superiores em Brasília, onde costumam prosperar inquéritos, denúncias e processos contra parlamentares por desvios de conduta e irregularidades durante o exercício do mandato. A estimativa divulgada revela que apenas 27 senadores e 93 deputados federais estão sendo objeto de investigação, o que significa uma queda de 27% na comparação com 2015 e de 40$ em relação ao ano de 2018, quando muitos parlamentares encerraram sua passagem pelas Casas do Congresso.
As razões são diversificadas e a lista dos que estão sendo processados envolve o senador por Alagoas Fernando Collor de Melo, do Pros, ex-presidente da República, inquinado por corrupção e lavagem de dinheiro, Sérgio Petecão, do PSD do Acre, Jaques Wagner, do PTB da Bahia, por denúncias de caixa dois, Izalci Lucas, do Distrito Federal, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, por peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, Jorge Kajuru, do PSB de São Paulo, por injúria, calúnia e difamação, Selma Arruda, do PSL do Mato Grosso, por crimes eleitorais, e até mesmo Davi Alcolumbre, do DEM do Amapá, por utilização de documento falso.
Especialistas em análise política entrevistados pelo site Congresso Em Foco avaliam que a redução do número de parlamentares processados é auspiciosa, mas atribui esse fato à renovação ocorrida em um terço do Senado e dentro da Câmara dos Deputados, que tem o maior número de parlamentares. Para tais especialistas, é prematuro fazer uma avaliação entusiástica sobre o assunto, tendo em vista que alguns parlamentares novatos poderão vir a ser pilhados em crimes ou irregularidades daqui para a frente. Da Paraíba, um nome que é mencionado com recorrência é o do ex-senador Vital do Rêgo, atual ministro do Tribunal de Contas da União, o qual já ofereceu consecutivas explicações, dando conta de que foram prescritos eventuais processos contra ele por alegada falta de provas. Vital foi substituído no Senado pelo empresário Raimundo Lira, que concluiu o seu mandato devido à nomeação para o TCU. Lira, que já havia sido senador na década de 80, não pleiteou a reeleição.
Quem representa o clã dos Rêgo, com base marcante em Campina Grande, na Paraíba, na atual legislatura no Senado, é o irmão de Vital, Veneziano Vital do Rêgo, que se elegeu pelo PSB depois de ter deixado os quadros do antigo PMDB, hoje MDB, alegando desprestígio dentro da agremiação. A mãe de Veneziano, Nilda Gondim, é suplente do senador José Maranhão, do MDB, que ainda tem três anos e meio de mandato pela frente, como extensão da vitória conquistada em 2014. Além de Veneziano Vital e de José Maranhão, a bancada de senadores da Paraíba conta com Daniella Ribeiro, do PP, primeira senadora da história do Estado e irmã do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, um dos expoentes do Centrão e que mantém no governo do presidente Jair Bolsonaro o trânsito de que desfrutara nos governos de Dilma Rousseeff (PT) e Michel Temer (MDB).
Nonato Guedes