O líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Raniery Paulino, do MDB, informou que a Casa continuará cobrando explicações detalhadas da parte do governo João Azevêdo (PSB) sobre o processo ocorrido no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em que foi desqualificada uma organização social a Cruz Vermelha, que gerenciava de forma pactuada aquela instituição, em meio a denúncias e versões de irregularidades envolvendo desvios de recursos. Raniery lembrou que a proposta de Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar as supostas irregularidades foi inviabilizada por falta de quórum e devido a manobras do bloco governista para preencher aleatoriamente o quórum regimental de CPIs permitido na ALPB.
– Essa estratégia, entretanto, não invalida o processo de esclarecimento, que deve ser esgotado em respeito à opinião pública paraibana salientou Raniery Paulino, destacando que a gestão pactuada da Saúde foi deflagrada no governo de Ricardo Coutinho, também do PSB, e continuada na administração Azevêdo, que escolheu uma nova organização social, o Instituto Acqua, para gerenciar o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa por prazo determinado, prorrogável a critério do Executivo. Apesar das declarações do governador João Azevêdo de que está sendo transparente na prestação de informações a respeito do contrato celebrado com a Acqua, Raniery Paulino frisou que a abertura de inquérito pelo Ministério Público e Gaeco e a exoneração de secretários de Estado, bem como a prisão da ex-secretária Livânia Farias, que teria prestado colaboração judicial, sinalizam claramente que alguma coisa de errado aconteceu no processo de intervenção que foi implantado no Hospital de Trauma.
O líder oposicionista frisou que, pessoalmente, acredita que todo o processo nebuloso cercando a intervenção no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena serviu apenas para colocar o lixo embaixo do tapete e insiste em que o governo João Azevêdo ofereça os esclarecimentos necessários, através do secretário de Saúde, Geraldo Medeiros, cujo comparecimento à Assembleia Legislativa já está agendado para depois do recesso parlamentar.
Nonato Guedes