O governador João Azevêdo (PSB) desembarca terça-feira em Brasília para mais uma reunião com a bancada paraibana, na semana decisiva para votação da reforma da Previdência no plenário da Casa, em dois turnos, com exigência de 308 votos para vigorar. A missão de Azevêdo, segundo versões, seria a de convencer três parlamentares Damião Feliciano (PDT), Gervásio Maia Filho (PSB) e Frei Anastácio Ribeiro (PT) a votar a favor, o que não será fácil. Gervásio é intransigentemente contra a reforma, o mesmo ocorrendo com Anastácio ambos acusam o governo Bolsonaro de querer prejudicar trabalhadores. Dos outro nove integrantes da bancada, metade já se declarou abertamente favorável e a tendência é a mesma por parte dos demais, que evitam se manifestar para poupar-se de desgaste perante fatias do eleitorado.
A possibilidade de reinclusão de Estados e municípios no texto do projeto de reforma da Previdência ainda é cogitada, embora com a ressalva de que haverá dificuldades. O relator do projeto, deputado Samuel Moreira, do PSDB-SP, optou por excluir Estados e municípios, deixando o plenário livre para decidir a sorte desses entes federados. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), afirmou que pretende votar a reforma já na próxima terça-feira e que começará a contar votos dos parlamentares já a partir deste final de semana. Hoje, em sua casa, Maia recebe os líderes partidários para fazer a contagem de votos. Em princípio, o presidente da Câmara acredita que já tem os 308 votos necessários para a aprovação.
A coordenação da contagem e da articulação ficará com o deputado federal paraibano Aguinaldo Ribeiro, do Partido Progressista, vinculado ao Centrão. Rodrigo Maia descartou que parlamentares reincluam Estados e municípios no texto que foi aprovado em Comissão Especial. Segundo seus cálculos, a medida tiraria entre 50 e 60 votos da Previdência, de parlamentares mais próximos de governadores. Rodrigo frisou que vê pouco espaço na Câmara para atender à demanda de policiais, mas que o tema poderá ser debatido caso os deputados aliados ao presidente Jair Bolsonaro apresentem uma alternativa. O presidente, ao comentar o texto aprovado pela Comissão Especial, revelou que existem equívocos e mal-entendidos mas aposta em que o plenário fará as alterações necessárias. A reforma da Previdência não acabou. Depois da Câmara, ainda terá o Senado, expressou Bolsonaro, advertindo que se a reforma não for aprovada a economia vai enfrentar sérios problemas.
Nonato Guedes, com Folhapress