O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República-ANPR, jurista paraibano Fábio George Cruz da Nóbrega, entregou, ontem, ao presidente Jair Bolsonaro a lista tríplice organizada pela instituição para o preenchimento do cargo de Procurador-Geral da República. Na saída do encontro, no Palácio do Planalto, Fábio George disse à imprensa que Bolsonaro não deu garantias de que escolherá um dos nomes mais votados pela categoria, confirmando-se a impressão dominante nos bastidores jurídicos desde o processo de votação conduzido em todo o país pela ANPR.
– O presidente não disse nem que sim que não (que obedecerá a lista). E que iria pensar com muita cautela, que reconhece a importância da lista tríplice mas que tomaria a decisão em momento oportuno, sem pressa enfatizou Fábio George. O dirigente da entidade ressaltou que o presidente Bolsonaro disse que respeita o trabalho da ANPR mas que ainda está avaliando quem indicará para o posto e que reconhece a lista como legítima. É uma decisão que cabe ao presidente. O papel da Associação Nacional dos Procuradores da República é o de mostrar que estes são os líderes que a classe aponta e mostrar que a classe confia nestes três nomes, acrescentou.
O primeiro da lista, o subprocurador-geral Mario Bonsaglia, conta com simpatia no Palácio do Planalto, mas os consultores jurídicos do presidente Jair Bolsonaro têm preferência pela recondução da atual Procuradora-Geral, Raquel Dodge. Ela ganhou força junto ao Palácio do Planalto após consulta informal de aliados do mandatário. O mandato de Raquel Dodge se encerra em setembro e ela não se inscreveu na eleição interna, mas desde maio deflagrou uma movimentação discreta para convencer Bolsonaro a escolhê-la para continuar no posto.
Nonato Guedes, com Folhapress