A cantora paraibana Elba Ramalho, que atualmente cumpre temporada de show nos Estados Unidos, confirmou no Instagram ter recusado um convite que lhe foi feito pela primeira-dama Michelle Bolsonaro, mulher do presidente Jair Bolsonaro (PSL), para compor a equipe que vai conduzir um programa nacional de incentivo ao voluntariado, lançado pelo ministério da Cidadania do governo federal. Elba foi convidada juntamente com outras personalidades ilustres, mas ressalta ter comunicado que, embora fosse mais uma oportunidade para atuar nas obras sociais que já desenvolve, tem uma agenda de trabalho e de compromissos que inviabiliza sua integração a mais um projeto de alcance.
A artista informou ter ficado gratificada com o convite feito pela primeira-dama do País, lamentando não poder atendê-lo, mas reafirmou a sua disposição de continuar fazendo o bem sempre. Elba Ramalho, por ocasião dos festejos juninos recentes, foi a atração em uma maratona de apresentações, desde Campina Grande, na Paraíba, onde residiu nos primórdios da sua trajetória artística, a cidades do interior paulista. Ela está completando 40 anos de carreira e tem recebido uma série de homenagens, inclusive, de emissoras de televisão, a exemplo da TV Globo. Nascida em Conceição, no Vale do Piancó, sertão paraibano, Elba Ramalho lamentou a morte recente do cantor e compositor João Gilberto, que conheceu na sua chegada ao Rio, onde se ligou a outros artistas famosos como Chico Buarque de Holanda e Caetano Veloso, no papel de cantora e de atriz.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro sempre deixou claro o seu interesse em executar projetos sociais, focados, sobretudo, na infância carente, com o apoio do governo do marido. Ele, finalmente, foi designada para presidir o Conselho composto por 12 membros da sociedade civil, mais 12 ministros do governo de Bolsonaro, vinculados, de algum modo, a ações sociais ou assistenciais lista de que fez parte a ministra da Família, Damares Alves. Revelou ter despertado a consciência para atrair artistas e intelectuais a fim de se engajarem nas iniciativas. No caso de Elba Ramalho, a artista paraibana tem, de fato, projetos nesse segmento em execução no país. Elba evita, sempre que possível, tomar posições políticas, respeitando a sua filosofia de que a política do artista é a de cantar para o seu público. No governo de Michel Temer (MDB) ela foi sondada para ocupar uma secretaria de Cultura, com status de ministério, mas recusou a oferta. Também rejeitaram a sondagem de Michel Temer a escritora e atriz Bruna Lombardi e a cantora baiana Daniela Mercury. Esta assume posições ostensivas contra o governo de Bolsonaro, diante do que chama de pauta conservadora da atual gestão federal quanto a movimentos de liberação sexual. Daniela Mercury é casada com a jornalista Malu Verçoza.
Nonato Guedes