Numa entrevista exclusiva à revista Veja, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro e que está sendo cogitado para assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, diz ter certeza de que está em curso uma grande conspiração para livrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da cadeia, e que o vazamento de mensagens privadas entre o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato teria tudo a ver com esse plano. Chamado de Zero Três pelo presidente Jair Bolsonaro, Eduardo diz que mensagens publicadas em parceria com o site The Intercept Brasil e o pedido de suspeição de Moro, feita pelos advogados de Lula, são parte de uma armação articulada pelo PT e por partidos de esquerda para libertar corruptos presos e, de quebra, atingir o governo.
A libertação de Lula reitera o deputado seria o sinal verde para o caos. Soltar o Lula poria em xeque a nossa democracia, com risco de uma convulsão social. Eu não sei em que proporções, mas isso estaria dando o recado de que vale a pena ser desonesto no Brasil. Na entrevista, Eduardo defendeu a ideia de que Lula seja transferido da carceragem da PF, onde conta com luxos como frigobar, televisão e banheiro privativo, para um presídio de segurança máxima. Ele também garante que o ministro Sérgio Moro permanece na Pasta da Justiça. Eduardo Bolsonaro bateu um recorde nacional em 2018, tornando-se o deputado mais votado da história recebeu 1,8 milhão de votos. Este é apenas o seu segundo mandato e, além de herdeiro de Bolsonaro, ele é conhecido por ser um representante de peso da direita. Ele é um dos mais fiéis seguidores do filósofo Olavo de Carvalho e foi nomeado por Steve Bannon, estrategista de Donald Trump, como líder sul-americano do grupo direitista The Movement. Defensor do porte de arma, Eduardo só se separa de sua pistola quando entra nas dependências do Congresso.
A respeito da situação do ministro Sérgio Moro, Eduardo Bolsonaro diz que em nenhum momento passou pela cabeça do seu pai demitir o titular da Justiça. Ele (Moro) resgatou a esperança de que o Brasil pode ser um país que não privilegia a corrupção em detrimento das pessoas que trabalham honestamente. Vai perder as fichas quem apostar na queda do Moro. Eduardo Bolsonaro disse, certa vez, que o Supremo Tribunal Federal atuaria contra os interesses da população e, para corrigir isso, bastariam um cabo e um soldado para fechar a Corte. Uma pesquisa feita pelo site Jota mostrou que 33% da população defende essa ideia descabida, conta a revista Veja. Na entrevista, contudo, Eduardo Bolsonaro enfatiza que a sociedade está revoltada com algumas situações do STF. Vemos que em algumas situações há um ativismo judicial, como foi o caso da criminalização da homofobia. Isso vai além do trabalho que é confiado ao Supremo. A indignação é justificável e legítima, assim como há uma revolta grande contra o Congresso, finalizou o deputado-candidato a embaixador.
Da Redação