Na matéria de capa da nova edição, a revista Veja destaca uma entrevista com um dos líderes de grupo terrorista procurado pela Polícia Federal. Ele confirma plano para assassinar o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e dois ministros do seu governo. De acordo com o relato, em primeiro de setembro do ano passado ninguém deu atenção a uma mensagem no Facebook que trazia uma ameaça ao então deputado federal Jair Bolsonaro. O autor escreveu que testaria a valentia do então candidato do PSL a presidente da República quando os dois se encontrassem e que ele merecia levar um tiro na cabeça. Cinco dias depois, no entanto, o ex-garçom Adélio Bispo, autor da mensagem, esfaqueou Bolsonaro em uma passeata em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Há seis meses prossegue Veja a Polícia Federal caça, ainda sem sucesso, os integrantes de um grupo terrorista que já praticou pelo menos três atentados a bomba em Brasília e anuncia como seu objetivo mais audacioso matar o presidente da República. Nas duas últimas semanas, Veja entrevistou um dos líderes da Sociedade Secreta Silvestre (SSS) que se apresenta como braço direito do Individualistas que Tendem ao Selvagem, organização internacional que se diz ecoextremista e é investigada por promover ataques a políticos e empresários em vários países. O terrorista identifica-se como Anhangá. Ele garante que o plano para matar Bolsonaro é real e começou a ser elaborado desde o instante em que o presidente foi eleito. Era para ter sido executado no dia da posse, mas o forte esquema de segurança montado pela polícia e pelo Exército acabou fazendo com que o grupo adiasse a ação. Vistoriamos a área antes, mas ainda estava imprevisível. Não tínhamos certeza de como funcionaria, afirma o terrorista.
Dias antes da posse, a SSS colocou uma bomba em frente a uma igreja católica distante cinquenta quilômetros do Palácio do Planalto. O artefato não explodiu por uma falha do detonador. Depois disso, em abril, dois carros do Ibama foram incendiados em um posto do órgão em Brasília. Há três alvos no governo: Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles e a ministra Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos. Os integrantes do ecoextremismo se dizem incompatíveis com o que pregam Bolsonaro e o seu ministério. A organização criminosa se diz contra tudo o que leva à devastação do meio ambiente e defende o uso de medidas extremas e atos violentos contra os inimigos da natureza. O grupo tem ramificações internacionais e os terroristas vêm sendo monitorados pelas autoridades já há algum tempo, conforme relatório da Polícia Federal.
Nonato Guedes, com Veja