Um levantamento do Instituto Opinião de Pesquisas Sociais Ltda, com sede em Campina Grande, contratado pelo Sistema Arapuan de Comunicação e realizado no período de 14 a 16 de julho em regiões fisiográficas da Paraíba, sinalizou que 44,6% dos entrevistados consideram o governo do socialista João Azevêdo como ótimo e bom, 27% avaliam como regular e 12,6% qualificam como ruim e péssimo. Esses números contrastam flagrantemente com a rejeição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que alcança cerca de 50,8%, somados os conceitos metodológicos adotados nas entrevistas. Pelo menos 1.300 pessoas foram entrevistadas no referido período e a divulgação foi feita no início da tarde de hoje em programas de debates e entrevistas do Sistema Arapuan de Comunicação.
A administração de João Azevêdo é bem avaliada, principalmente, na região da Mata, com 67,1% e no Sertão paraibano com 57,1%, obtendo boas pontuações, ainda, nas regiões do Agreste e da Borborema. No contexto geral da pesquisa, o governo do presidente Jair Bolsonaro tem percentual de 18,4% nos quesitos ótimo e bom, 24,27% no item regular e 50.8% nos quesitos ruim e péssimo. Quando foi indagado aos entrevistados como avaliavam o modo de governar, tanto de Bolsonaro quanto de Azevêdo, os números também foram expressivos, seguindo o diapasão da outra consulta em que Bolsonaro detém rejeição apreciável e Azevêdo alcança patamares bastante favoráveis.
Na opinião de analistas políticos, os resultados do julgamento das gestões do presidente Jair Bolsonaro e do governador João Azevêdo situam-se dentro da média ponderada e refletem, de um lado, o desprestígio do governo federal, até pela ausência de obras mais significativas e de infraestrutura na Paraíba, e de outro a confirmação da expectativa favorável sobre a gestão de Azevêdo, que foi eleito em primeiro turno na disputa do ano passado, tendo como principal cabo eleitoral o ex-governador Ricardo Coutinho, presidente do diretório regional do PSB. Azevêdo, em pouco mais de seis meses de governo e sem contar com maiores recursos do Planalto, tem feito o dever de casa e procurado imprimir seu próprio estilo focado em obras de continuidade que perseguem a filosofia norteadora dos dois governos empalmados por Ricardo Coutinho, a partir de 2011 e a partir de 2015.
Deputados estaduais aliados de João Azevêdo, como Ricardo Barbosa, do PSB, salientam que foi positiva a continuidade da filosofia administrativa que o eleitorado paraibano aprovou com louvor nas urnas em outubro de 2018. Outros parlamentares ressaltam como marcante, junto a segmentos da opinião pública, a atuação do governador João Azevêdo em relação a desafios administrativos, citando como exemplo que ele agiu com firmeza em situações delicadas, como a que resultou na decretação de intervenção em hospitais geridos pela organização social Cruz Vermelha, bem como na rescisão do contrato com aquela OS e na abertura de edital para contratação de outra empresa idônea e ajustada aos requisitos exigidos pela administração paraibana para a pactuação da Saúde. Os adversários de João Azevêdo e adeptos do presidente Jair Bolsonaro ressaltam que o governo socialista omite informações sobre a liberação de recursos pelo governo federal beneficiando comunidades do Estado da Paraíba. Acreditam, entretanto, que o quadro desfavorável a Bolsonaro pode ser revertido com uma visita deste ao território paraibano.
O presidente, que está na berlinda face a críticas feitas aos governadores da Paraíba, João Azevêdo, e do Maranhão, Flávio Dino,do PCdoB, manteve o roteiro de visita, esta semana, à cidade de Feira da Conquista, na Bahia, para participar de um evento que já estava agendado. A assessoria palaciana em Brasília deixou claro que o mandatário considera ter tido distorcidas as suas declarações em que falou mal dos dois gestores nordestinos, bem como na questão do aceno com retaliações aos Estados em termos de obras e investimentos. Deputados da base, como Julian Lemos, federal, negou que Bolsonaro tenha se dirigido aos paraibanos como paraíbas por conotação pejorativa. E garantiu que Bolsonaro tem bastante apreço pela fibra do povo nordestino, além de ser sensível aos problemas que ele enfrenta em virtude dos ciclos de estiagem que agravam a pobreza das camadas mais carentes.