O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), evitou ataques diretos ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao chegar, ontem, à reunião de governadores do Nordeste em Salvador, Bahia. Há mais de uma semana, o presidente usou um termo pejorativo (paraíbas) para se referir a governadores nordestinos e qualificou especificamente o gestor paraibano como intragável. Azevêdo chegou a dar declarações à imprensa do Sul lamentando o baixo nível empregado pelo presidente da República, mas mudou de tática e resolveu não aprofundar polêmica com o mandatário. Embora tenha dito, ontem, que o quiproquó com Bolsonaro foi um episódio infeliz, extremamente infeliz, Azevêdo deu de ombros sobre a refrega. São águas passadas, minimizou.
Ele deixou claro que os governadores representam, acima de tudo, a voz do povo nordestino, que exige respeito do governo federal e que, a partir de suas demandas apresentadas, quer solução para isso. E isso nós vamos buscar. A relação republicana, independente de quem esteja sentado na cadeira de presidente, tem que estar acima de qualquer outro tipo de relação, expressou ele. O governador ainda fez blague com a situação, dizendo que terá que anexar Paraíba ao seu nome. Durante a campanha eleitoral, todas as vezes que eu me apresentava eu dizia que meu nome era João. Depois disso, eu passei agora a ser também João Paraíba, ironizou ele.
Ao fazer um balanço dos resultados da reunião de ontem em Salvador, o governador João Azevêdo considerou que a avaliação é positiva e assegurou que o Consórcio Nordeste garantirá economia aos cofres dos Estados, em face da divisão de responsabilidades e do compartilhamento de custos para o atendimento às populações mais carentes. Destacou, ainda, como predominante o pacto de unidade que vai sendo firmado entre os gestores da região, observando que isto é fundamental para fazer face a constantes atitudes e ameaças de retaliações ensaiadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, talvez como represália pelo fato de não ter vencido as eleições de 2018 no Nordeste contra o candidato Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, que foi lançado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Julgamento de Ricardo Hoje à tarde o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba deverá concluir o julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) do Caso Empreender-PB, com a apresentação do voto vista do desembargador Carlos Martins Beltrão. Iniciado no último dia 11, o julgamento da Aije, que abarca três denúncias de supostas irregularidades nas eleições de 2014, já conta com quatro votos favoráveis à manutenção da elegibilidade do ex-governador Ricardo Coutinho, do PSB, e da vice Lígia Feliciano (PDT), bem como de outros investigados tendo sido registrados dois votos pela inelegibilidade. O relator do processo, desembargador José Ricardo Porto, e demais membros da Corte poderão rever alguns aspectos de seus votos ao final do julgamento, após a apresentação do voto do presidente da Corte Eleitoral, que será o último a se manifestar. O maior valor de multa é aplicado para Ricardo R$ 70 mil. Para a vice, é de R$ 30 mil. Os demais foram multados em R$ 50 mil, cada.
Nonato Guedes, com agências