Por ocasião de sua passagem por João Pessoa, esta semana, a fim de participar de um evento, a Procuradora-Geral da República Raquel Dodge passou ao largo de temas polêmicos, quando abordada pelos jornalistas, relacionados a decisões de ministros do Supremo Tribunal Federal sobre a Operação Lava-Jato e as denúncias de que foram hackeados telefones de autoridades. Raquel esteve na abertura do Décimo Terceiro Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e demonstrou preocupação, de público, com problemas que tornam o país cada vez mais intranquilo, na sua concepção.
Textualmente, a Procuradora enfatizou: Os elevados níveis de violência urbana, de delitos de trânsito, de violência doméstica contra as mulheres, de chacinas em presídios, bem como o envolvimento de menores em atividades ilícitas evidenciam a gravidade da situação e estão a exigir um esforço conjunto, uma mobilização efetiva, para o seu equacionamento. Raquel Dodge defendeu reformas que não apenas punam, mas que reparem danos, especialmente quando cometidos contra o patrimônio público. Ela não ignorou as condições precárias de trabalho de profissionais da área de segurança e, exatamente por reconhecê-los, defendeu investimentos, tanto em formação quanto nos níveis de remuneração.
A Procuradora não quis comentar a atitude do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, suspendendo investigações da Receita contra ministros da Corte e outras autoridades, o que gerou protestos de segmentos da sociedade. Moraes tentou justificar a sua decisão apontando claros indícios de desvio de finalidade na apuração da Receita Federal, que, sem critérios objetivos de seleção, pretendeu, de forma oblíqua e ilegal, investigar diversos agentes públicos, inclusive autoridades do Poder Judiciário, incluídos ministros do STF, sem que houvesse qualquer indício de irregularidade por parte desses contribuintes.
Nonato Guedes