A capital da Paraíba, João Pessoa, terceira mais antiga do Brasil, festeja amanhã 434 anos de fundação em meio a uma programação que inclui show dos Paralamas do Sucesso no Espaço Cultural. Herbert Viana, Bi Ribeiro e João Barone homenagearão a cidade fundada em 1585 e que já foi denominada de Cidade Real de Nossa Senhora das Neves após o concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba, a partir das 18h30. Somos cidadãos paraibanos honorários, com muito orgulho, eu e Bi, graças a uma homenagem do governo local, regozijou-se Barone em depoimento a Renato Félix, do Correio da Paraíba. Já Herbert Viana tem raízes paraibanas e é sempre bem recebido quando está em João Pessoa.
Governo do Estado e prefeitura de João Pessoa prepararam agendas movimentadas para assinalar a efeméride, entremeando inaugurações de obras e serviços com shows e outras atrações para o público. Desde 1930, a cidade que já foi Frederica e Parahyba passou a denominar-se João Pessoa, em homenagem ao ex-presidente do Estado que foi assassinado no Recife por um rival político. Historiadores lembram que foram necessárias cinco investidas para a conquista da terra com as pazes com os silvícolas para a fundação da Paraíba, batizada de Nossa Senhora das Neves em virtude de a data de cinco de agosto ser consagrada à padroeira. Na época o chefe Piragibe estava em guerra com os Potiguaras e somente com a chegada de emissário do Ouvidor Geral Martim Leitão, em Olinda, foi consolidada a trégua com os indígenas.
No livro História da Paraíba, Horácio de Almeida destaca que um presidente (como eram chamados os governadores de províncias) que muito fez pelo desenvolvimento material e cultural da Paraíba foi BeaurepaireRohan, que esteve à frente da administração por menos de dois anos de dezembro de 1857 a junho de 1859. Teve tempo de fundar o jardim botânico, introduziu a cultura do café com algumas mudas que mandara buscar no Rio de Janeiro, criou o Colégio das Neves, fundou a Biblioteca Pública da Paraíba e incentivou as vias de comunicação para o interior, com levantamento da carta geográfica da Província, confiada a engenheiros prussianos.
No século XVIII a Paraíba era subordinada a Pernambuco, cuja capital, Recife, absorvia tudo quanto era produzido neste território. Tudo servia de pretexto para trazer a Paraíba atrelada a Pernambuco, como se fosse um carro levado a reboque. Nenhum benefício recebia. A junta da fazenda de Pernambuco mostrava-se insensível aos reparos mais urgentes nos prédios públicos, que se desmoronavam à falta de conservação. Diante do cenário desolador, e com base em informações, a Rainha Dona Maria I baixou a carta régia de 17 de janeiro de 1799, em virtude da qual declarou a Paraíba liberta de subordinação ao governo de Pernambuco, relata Horácio de Almeida. È vasta, riquíssima, a historiografia da Paraíba ao longo de todos esses anos. A capital é bafejada, ainda, pelo verde e cristalizou-se a versão de que aqui o sol nasce primeiro e que a Ponta do Seixas é o extremo oriental das Américas. Tudo se afigura no roteiro de crescimento contínuo de uma terra que se ressalta, ainda, pela hospitalidade com que acolhe os turistas.
Nonato Guedes