Luciano Cartaxo Pires de Sá, nascido na cidade sertaneja de Sousa, no dia 07 de junho de 1964, formado em Farmácia pela Universidade Federal da Paraíba, é o prefeito de João Pessoa, em segundo mandato, no transcurso, hoje, dos 434 anos de fundação da Capital do Estado. Filho do casal Célio Pires de Sá e Lúcia Cartaxo Pires de Sá, casado com Maísa e pai de dois filhos, além de ser irmão gêmeo do ex-candidato a governador Lucélio, que disputou as eleições de 2018 e ficou em segundo lugar, Luciano iniciou militância política ainda quando estudante, tendo sido eleito coordenador do Centro de Farmácia da UFPB e secretário-geral do DCE (Diretório Central dos Estudantes), presidindo o Conselho Regional de Farmácia por dois mandatos consecutivos.
Luciano ingressou na política-partidária em 1996, elegendo-se vereador pelo Partido dos Trabalhadores e reelegendo-se em 2000, 2004 e 2008. Em 2006, ele foi candidato a vice-governador na chapa do senador José Maranhão, como resultado da coligação firmada entre o extinto PMDB (hoje MDB) e o Partido dos Trabalhadores. A chapa foi derrotada nas urnas por Cássio Cunha Lima(PSDB)-José Lacerda Neto, então PFL. Em fevereiro de 2009, o Tribunal Superior Eleitoral cassou os mandatos de Cunha Lima e Lacerda, invocando pretexto de conduta vedada e improbidade administrativa e determinou a investidura no Executivo do segundo colocado no pleito de 2006, José Maranhão, juntamente com Luciano. Em 2010, Cartaxo elegeu-se deputado estadual, obtendo 24.296 votos.
Na sua primeira disputa à prefeitura de João Pessoa, em 2012, ainda pelo Partido dos Trabalhadores, Cartaxo teve como vice o jornalista Nonato Bandeira, que recentemente foi nomeado para a secretaria de Comunicação do governo João Azevêdo, do PSB. Luciano derrotou, em segundo turno, o ex-senador Cícero Lucena, depois de ter batido nas urnas, no primeiro turno, a jornalista e atual deputada Estelizabel Bezerra, que concorreu pelo PSB com o total apoio do então governador Ricardo Coutinho. Em 2016, na disputa pela reeleição, Luciano Cartaxo, já no PSD, depois de ter se desfiliado do PT, teve como vice o então deputado federal Manoel Júnior, do PMDB. A chapa derrotou a principal adversária, Cida Ramos, do PSB, também apoiada por Ricardo Coutinho e que atualmente é deputada estadual.
Na campanha eleitoral de 2018, já filiado aos quadros do Partido Verde, Luciano Cartaxo foi cogitado como candidato de um agrupamento de oposição ao governo estadual, tendo o apoio do ex-senador Cássio Cunha Lima, do PSDB. Ele, contudo, refugou a hipótese de concorrer ao Palácio da Redenção, coincidindo com a decisão de Ricardo Coutinho de permanecer no cargo até o último dia, sem concorrer a uma vaga ao Senado, para a qual seria favorito, conforme projeções. Em seu lugar, Luciano articulou o lançamento da candidatura do irmão gêmeo Lucélio, tendo como vice a doutora Micheline Rodrigues, então pelo PSDB, mulher do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, hoje no PSD. A disputa ao Palácio da Redenção foi vencida já no primeiro turno por João Azevêdo, ex-secretário de Infraestrutura do governo de Ricardo Coutinho, que teve neste o principal cabo eleitoral. Lucélio, que recentemente sofreu acidente durante passeio de quadriciclo no condomínio onde reside e que precisou ser levado para São Paulo, já tendo tido alta, é atual Chefe de Gabinete do irmão Luciano na prefeitura. O futuro político do prefeito reeleito da Capital é uma incógnita, assim como ele não deu nenhuma pista, até agora, sobre provável nome de sua preferência para concorrer à prefeitura no próximo ano.
Em termos administrativos, Luciano Cartaxo tem tido um desempenho aprovado por segmentos expressivos da população pessoense, fator que foi responsável pela sua recondução nas urnas. Ele não contou com a facilidade de parceria mais estreita com o governo do Estado, quer nas gestões de Ricardo Coutinho, quer, agora, no governo de João Azevêdo. Há sérias divergências entre governo estadual e prefeitura municipal quanto à responsabilidade por intervenções na execução de obras e serviços em João Pessoa, o que tem feito com que cada gestão se conduza com recursos próprios ou obtidos de outras fontes, inclusive, mediante empréstimos.
Nonato Guedes