O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro resolveu manter, ontem, a condenação do ex-senador Lindbergh Farias (PT-RJ) pela distribuição de leite à população quando era prefeito de Nova Iguaçu, acompanhada de um material considerado pela Justiça como promoção pessoal. Natural de João Pessoa, Lindbergh Farias já havia sido condenado em primeira instância no processo que tramitou na comarca de Nova Iguaçu, mas recorreu à segunda instância. Como ex-senador, ele não possui mais o foro privilégio e, em virtude da condenação, os direitos políticos de Lindbergh foram suspensos por quatro anos.
O ex-parlamentar informou nas últimas horas que pretende recorrer novamente da sentença e justificou que o Supremo Tribunal Federal já o absolveu. Estamos recorrendo dessa decisão para que a Justiça seja feita e a verdade seja restabelecida, pontuou ele. Lindbergh Farias desenvolveu trajetória política no Rio de Janeiro, tendo sido prefeito de Nova Iguaçu por duas vezes, deputado federal e senador. Na campanha eleitoral de 2018, ele foi derrotado e também não logrou viabilizar o intento de ser candidato a vice-presidente da República numa chapa virtualmente encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo registro incluindo outra figura na vice foi impedido pelo Tribunal Superior Eleitoral alegando enquadramento dele na Lei da Ficha Limpa.
Na década de 90, mais precisamente em 1992, Lindbergh Farias adquiriu projeção nacional quando liderou o movimento dos jovens estudantes cara-pintadas, como foram denominados na mídia, que reivindicavam a decretação do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, acusado de envolvimento em desvio de dinheiro através do esquema PC Farias, que ficou bastante conhecido e foi largamente explorado. Na época, Lindbergh Farias era líder da União Nacional dos Estudantes. Em 2016, entretanto, Farias manifestou-se radicalmente contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, filiada ao PT, engrossando as opiniões de que estava sendo orquestrado um golpe parlamentar contra ela, oriundo da Câmara dos Deputados. Ele também se insurgiu contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltando tratar-se de perseguição política. Agora, Lindbergh está às voltas com seu futuro político, uma vez que a condenação sofrida na esfera judicial inviabiliza seus espaços políticos.
Nonato Guedes, com agências