O professor Antônio de Souza Sobrinho, que faleceu, ontem, no hospital da Unimed, em João Pessoa, e será sepultado hoje pela manhã no cemitério Parque das Acácias, foi o primeiro reitor da Universidade Federal da Paraíba eleito pelo voto direto por meio de uma consulta envolvendo professores, estudantes e funcionários, integrantes da chamada comunidade universitária. Disputou o cargo contra o professor Neroaldo Pontes, que posteriormente também foi reitor, e obteve votação expressiva nos diversos segmentos da instituição onde fez carreira. Natural de Cajazeiras, ele morreu aos 79 anos de idade e exerceu a reitoria no período de 1988 a 2991. Na Academia Paraibana de Letras, ocupava a cadeira de número 40, cujo patrono é Cândido Firmino Mello Leitão.
Sobrinho foi internado no hospital da Unimed no dia primeiro de agosto com embolia pulmonar. No sábado seguinte o quadro se agravou e ele foi acometido por uma pneumonia. O professor Damião Ramos Cavalcante, presidente da Academia Paraibana de Letras e secretário de Cultura, destacou o estímulo que recebeu de Sobrinho na sua trajetória como educador. Quando fui a Roma, na década de 1970, aprofundar meus estudos, foi ele quem me recebeu e me deu todo o suporte. Ensinava até pouco tempo em universidades a filosofia do Direito. Era um homem íntegro, com ética inabalável, algo que anda em falta nos dias de hoje, mencionou Damião.
Sobrinho foi, também, fundador e diretor do Iesp, colégio PHD, entre outras instituições de ensino. Ele faria aniversário no dia 26 de agosto, e renunciou ao exercício sacerdotal para casar-se e constituir família, mantendo, porém, profundas convicções religiosas. O velório está sendo realizado desde ontem no Parque das Acácias e foram inúmeras as manifestações de pesar pelo falecimento do educador, companheiro valoroso que enriqueceu muito os quadros da Academia Paraibana de Letras e deixou ensinamentos preciosos de modéstia e humildade no exercício de relevantes cargos na administração pública como homem solidário, correto e generoso, no dizer do professor Damião Ramos Cavalcante.
O colunista, escritor e membro da Academia Paraibana de Letras Abelardo Jurema Filho registra, hoje, no Correio da Paraíba, que a eleição de Sobrinho a reitor pela comunidade universitária não se deu em cima de promessas, de discursos contestadores ou reivindicatórios. Ganhou por conta de sua sinceridade, pela palavra cordial, pela forma cortês como sempre tratou a todos, certo de que só se vence convencendo. E acrescenta: No convívio com os amigos não era diferente. Afável, tolerante, paciente, discreto e generoso são alguns dos adjetivos que se ajustam à sua personalidade de um homem bom, sempre pronto a servir e a abraçar as boas causas. Em muitos anos de convivência, acompanhando a sua trajetória através da coluna que todo mundo lê, nunca o vi destratar alguém, nem mesmo os seus adversários, quando sofria críticas contundentes, irresponsáveis e desnecessárias. Cumpriu mandato operoso e extremamente dedicado à Universidade Federal da Paraíba.
Nonato Guedes