O novo procurador-chefe do Ministério Público Federal na Paraíba, a partir de outubro, será Sérgio Rodrigo Pimentel de Castro Pinto, eleito para um mandato de dois anos, que substituirá o atual chefe Marcos Alexandre Wanderley. Sérgio Rodrigo é filho do poeta e escritor Sérgio de Castro Pinto, um dos mais destacados ícones da intelectualidade paraibana. Em paralelo foram eleitos para cargos na estrutura do MPF-PB os procuradores José Godoy Bezerra de Souza, como procurador-chefe substituto, Rodrigo Alves Silva como procurador regional eleito e José Guilherme Ferraz da Costa, como procurador dos direitos do cidadão.
Um outro paraibano está em evidência, cotado para integrar a equipe da Procuradoria Geral da República em Brasília, caso o sub-procurador geral Augusto Aras seja nomeado para a chefia no lugar de Raquel Dodge, que conclui seu mandato em setembro. Numa entrevista à Folha de São Paulo, Aras, que é o favorito do presidente Jair Bolsonaro para assumir a PGR, foi enfático: Eu começaria, no plano administrativo, convidando para ser secretário geral da Procuradoria Geral da República o colega Eitel Santiago de Brito Pereira, que uma vez aposentado se candidatou a deputado federal pela Paraíba e, como tal, apoiou Bolsonaro e fez um dos discursos mais inflamados contra o atentado à faca que o presidente sofreu. Eitel é filho do ex-deputado federal e estadual Joacil de Brito Pereira.
Augusto Aras não consta da lista tríplice dos mais votados à PGR que foi encaminhada a Bolsonaro, mas o presidente poderá escolhê-lo mesmo assim. Eitel Santiago, atual sub-procurador-geral da República aposentado, disse que recebeu com alegria a menção do seu nome na entrevista de Augusto Aras. Ele reconhece que prestei bons serviços ao meu país durante os 33 anos em que fui membro do Ministério Público Federal e a simples lembrança é muito gratificante, expressou Eitel Santiago em declarações ao jornal Correio da Paraíba. Prestes a anunciar o nome do novo procurador-geral da República, Bolsonaro tem encontro agendado hoje com o primeiro colocado da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República, Mário Bonsaglia. Bolsonaro foi convencido a receber Bonsaglia por assessores, alegando que como o presidente ainda não havia se decidido sobre quem será o próximo Procurador-Geral da República, valeria a pena conversar com mais um candidato. Bolsonaro já se reuniu ao menos quatro vezes com o subprocurador-geral Augusto Aras, um dos favoritos na disputa. Além dele, esteve com o subprocurador Paulo Gonet e com o procurador regional Lauro Cardoso.
O presidente reiterou, ontem, qual o perfil que espera do próximo titular da Procuradoria-Geral da República. Disse querer um nome não apenas que combata a corrupção e que esse não poderá ser xiita ambiental nem supervalorizar minorias. Sobre a possibilidade de o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, ocupar a PGR, o presidente respondeu: Manda ele me procurar; por que não me procurou até hoje. É muito simples. Todos querem ser procurados. Eu não procurei ninguém. A caneta BIC é minha. No final de semana, o presidente compartilhou em uma rede social mensagem que chama Deltan de esquerdista. A mensagem foi uma resposta a uma seguidora que sugeriu o chefe da Lavaa-Jato para substituir Raquel Dodge. Aliás, num dos seus últimos atos, Raquel prorrogou, ontem, por mais um ano, a vigência das atividades da força-tarefa da Operação Lava-Jato, que está sendo bombardeada em várias frentes.