O secretário de Estado de Governo, Edvaldo Rosas, que foi destituído da presidência do Partido Socialista Brasileiro na Paraíba com a dissolução do diretório regional pela cúpula nacional presidida por Carlos Siqueira (PE), garantiu que não pretende recorrer do que chamou de intervenção cometida na legenda por pressão de seguidores do ex-governador Ricardo Coutinho, que o desejam no comando do PSB. Rosas foi enfático ao assinalar que apesar do seu histórico de construção e fortalecimento da legenda, junto com outras lideranças, não entrará em competição por poder de mandato. Deixo o PSB para eles (os ricardistas), acentuou.
Por sua vez, o governador João Azevêdo não confirmou participação numa reunião sugerida pelo presidente Carlos Siqueira a pretexto de conciliar correntes que estão rompidas na seção paraibana. Frisou que tem agenda de compromissos administrativos em Brasília nesta terça-feira, o que inviabiliza a presença em compromissos de ordem política e lembrou que tal agenda estava programada com antecedência. Tanto Azevêdo como Edvaldo Rosas sustentaram o argumento de que soa inócua qualquer gestão da cúpula nacional do Partido Socialista para harmonizar conflitos internos na sigla, observando que o esforço de entendimento deveria ter sido feito antes da ingerência mediante dissolução do diretório regional.
Edvaldo Rosas alertou, inclusive, que disporia de votos para manter-se à frente do diretório estadual do Partido Socialista, mas pessoalmente não se sente estimulado a partir para qualquer confronto que aprofunde as divisões na legenda. Contestou versões de aliados ricardistas de que alguns supostos oportunistas estariam querendo se aproximar da legenda e dela se beneficiar nas futuras eleições. De acordo com Edvaldo, um mapeamento imparcial da correlação de forças dentro do PSB demonstraria que há socialistas históricos entre os que foram defenestrados de posições de comando, não tendo fundamento a versão espalhada de que são os oportunistas ou paraquedistas que estejam interessados em se apropriar da direção partidária.
O ex-presidente do diretório estadual lamentou a crise que está instalada dentro das fileiras do PSB, não obstante o crescimento experimentado nas eleições de 2018, que projetaram a vitória de João Azevêdo ao governo em primeiro turno e o incremento da bancada de deputados estaduais, bem como a eleição de um representante à Câmara Federal. A seu ver, se não houvesse ambição ou interesse contrariado de facções, na luta pelo poder, poderia dar-se uma solução de consenso nas esferas socialistas paraibanas. Não quis adiantar, todavia, que rumos serão seguidos pelo esquema do governador João Azevêdo a partir de agora e diante da perspectiva
Nonato Guedes