O governador João Azevêdo (PSB) admitiu que talvez não compareça ao SOS Transposição, ato público que está sendo coordenado pelo ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, presidente da Fundação João Mangabeira, órgão de estudos em âmbito nacional da agremiação socialista. O evento deverá ser realizado no próximo domingo, primeiro de setembro, na cidade de Monteiro, no cariri paraibano, contando com as presenças do ex-candidato do PT a presidente da República, Fernando Haddad, e da presidente nacional petista, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
Azevêdo e Ricardo, atualmente, estão desalinhados politicamente face a divergências envolvendo o controle do diretório estadual do PSB, dissolvido pela cúpula nacional, com a consequente destituição do presidente, Edvaldo Rosas, que ocupa a secretaria de Governo do Estado. Um grupo dentro do PSB defende a candidatura de Ricardo a presidente do diretório estadual e alega ser incompatível a acumulação de cargos por Rosas. Adversários do presidente Jair Bolsonaro na Paraíba espalham que atualmente o canal da transposição em Monteiro acumula apenas água das chuvas, pois está com o bombeamento suspenso há cinco meses. João Azevêdo afirmou, hoje, que aguarda informações técnicas mais detalhadas sobre a retomada das obras da transposição e que sua agenda está complicada e não lhe permite confirmar presença em Monteiro.
O governador prepara-se para viajar a Brasília amanhã, a fim de cumprir uma série de compromissos, conversando com pelo menos seis ministros. Pessoalmente, Azevêdo considera importante a agenda de domingo, em face do que representa para a Paraíba a transposição das águas do São Francisco. Nós defendemos essa obra por muito tempo para que ela funcione e traga benefícios para o Estado, ressaltou, confirmando o caráter político da manifestação de domingo. O mais urgente, para nós, é que as águas cheguem e o Eixo Norte seja concluído, beneficiando a população carente. Falta pouco para isso. Quanto ao Eixo Leste, o Ministério do Desenvolvimento Regional emitiu nota informando que houve outro problema em uma barragem, onde foi feito o alerta de segurança, resultando na paralisação do bombeamento. O que eu tenho cobrado do ministro é agilidade, frisou.
João Azevêdo, abordado por jornalistas, esquivou-se de comentar a crise que envolve o Partido Socialista Brasileiro após a intervenção do presidente nacional, Carlos Siqueira, dissolvendo o diretório paraibano. Disse que a questão está sendo tratada na esfera da cúpula nacional, a quem cabe encontrar um caminho para o impasse. Os aliados do governador estão preocupados com os reflexos da crise nas eleições municipais do próximo ano, alertando que é necessário preparar o lançamento de candidaturas a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, bem como discutir alianças ou composições com outros partidos para o pleito nos municípios.