Atual vice-prefeito de João Pessoa e um dos líderes do Solidariedade na Paraíba, o ex-deputado federal Manoel Júnior articula-se nos bastidores para viabilizar uma provável candidatura sua a prefeito da Capital no próximo ano. Em conversas informais, ele não tem escondido que aceitaria de bom grado o apoio do atual prefeito Luciano Cartaxo (PV) e do esquema que ele comanda, mas salientou que compreende eventuais compromissos que o alcaide tenha assumido ou venha a assumir. A tendência de Luciano, aventada nos meios políticos, é a de lançar o secretário Diego Tavares, sendo cogitados, ainda, outros nomes que formam sua equipe.
O deputado federal Ruy Carneiro, do PSDB, que em 2018 integrou a aliança de apoio à chapa Lucélio Cartaxo-Micheline Rodrigues a governador e vice, derrotada por João Azevêdo em primeiro turno, também teria interesse em contar com o apoio de Luciano e seus aliados para uma provável candidatura sua a prefeito. Ruy já foi candidato, em 2004, perdendo para Ricardo Coutinho. Na época, era um dos mais influentes secretários do prefeito Cícero Lucena e tinha a preferência deste para concorrer à sua sucessão. Usou como slogan de campanha o apelo Se eu fosse prefeito. O PSDB perdeu duas vezes as eleições de prefeito para Ricardo em 2004, com Ruy, e em 2008, com João Gonçalves.
Manoel Júnior, que foi vice-prefeito de Ricardo Coutinho no primeiro mandato deste na Capital, como fruto da aliança firmada entre o PMDB e o PSB, não teve espaços na gestão e distanciou-se do titular, preparando-se para disputar mandato à Câmara Federal, que acabou conquistando em 2006. Admitido por Luciano Cartaxo como seu companheiro de chapa, procurou ser eficiente na captação e liberação de recursos para projetos de interesse da administração municipal em João Pessoa, valendo-se da influência que conquistou em Brasília quando exerceu o mandato de deputado. Júnior argumenta, ainda, que está tendo a oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre os problemas que afetam a população pessoense e, ao mesmo tempo, propor alternativas para equacionar demandas futuras.
Ele tinha a expectativa de investir-se na titularidade do cargo em 2018, na hipótese de desincompatibilização do prefeito Luciano Cartaxo para disputar o governo do Estado por uma ala das oposições paraibanas. Os entendimentos entre o grupo de Luciano e o do ex-senador Cássio Cunha Lima, representado pelo prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, demoraram a progredir, o que acabou contribuindo para Cartaxo permanecer à frente da prefeitura. Em compensação, lançou o irmão gêmeo Lucélio como candidato ao governo, quando, finalmente, ainda que nas aparências, os ponteiros haviam sido acertados no agrupamento oposicionista. A propósito de Luciano: ontem, ele garantiu que o irmão gêmeo Lucélio está plenamente recuperado das sequelas de um acidente em quadriciclo de que foi vítima e reassumirá suas funções como Chefe de Gabinete da prefeitura nos próximos dias. Lucélio chegou a ser internado no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, mas está completamente restabelecido, conforme Luciano.
Nonato Guedes