O presidente Jair Bolsonaro fará nova cirurgia ainda em consequência da facada que sofreu em seis de setembro do ano passado. Ao chegar a São Paulo, ontem, no começo da manhã, o presidente foi reavaliado por seus médicos, que constataram a necessidade de realização de nova cirurgia, a ocorrer brevemente, e que deverá levá-lo a se afastar por pelo menos dez dias das atividades rotineiras. Eu devo ser submetido a uma cirurgia brevemente. Mas faz parte da vida da gente. Até foi uma passagem na minha vida. Agradeço a Deus por ela e pela missão que tenho no momento, comentou o presidente.
O médico Antonio Macedo disse ao UOL que a nova cirurgia destina-se à correção de uma hérnia incisional no local das últimas intervenções cirúrgicas. A operação está marcada para o dia 08 no hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Bolsonaro participou de um culto no Templo de Salomão, da Igreja Universal do Reino de Deus. Uma pesquisa nacional feita pelo Datafolha e divulgada nas últimas horas pela Folha de S. Paulo apontou a erosão da popularidade de Bolsonaro em pouco menos de dois meses. A reprovação do presidente subiu de 33% para 38% em relação ao levantamento anterior do instituto, feito no início de julho, e diversos indicadores apontam uma deterioração da sua imagem.
Foram ouvidas 2.878 pessoas com mais de 16 anos em 175 municípios. A aprovação de Bolsonaro também caiu, dentro do limite da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, de 33% em julho para 29% agora. A avaliação do governo como regular ficou estável, passando de 31% para 30%. De dois meses para cá o presidente viu aprovada na Câmara Federal a reforma da Previdência, sua principal bandeira de governo. Ato contínuo, iniciou uma escalada de radicalização, acenando a seu eleitorado mais ideológico com uma sucessão de polêmicas. Entre essas polêmicas figuraram críticas a governadores do Nordeste, a quem chamou de paraíbas. O Nordeste sempre foi uma fortaleza do voto antibolsonarista, mas seu índice de ruim e péssimo subiu de 41% para 52% na região, de julho para cá. Também nesses dois meses explodiu a maior crise internacional do governo até aqui, sobre o desmatamento e as queimadas na Amazônia. A pior avaliação do mandatário é entre os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos, os mais jovens e com escolaridade baixa.
Nonato Guedes, com agências