O deputado estadual Walber Virgulino desdenhou, ontem, do noticiário sobre crise na esfera do Partido Socialista Brasileiro na Paraíba, a despeito das estocadas frequentes entre aliados do ex-governador Ricardo Coutinho e do governador João Azevêdo. Na avaliação do parlamentar, o desentendimento existente nas hostes socialistas pode ser uma cortina de fumaça para desviar as atenções sobre os desdobramentos da Operação Calvário, que chegou a indiciar ex-secretários da gestão Ricardo Coutinho em desvios de recursos da Saúde Pública, mediante conluio com organizações sociais que haviam sido contratadas e que já foram descredenciadas para promover a gestão pactuada da Saúde.
Em paralelo, Walber Virgulino cobrou uma posição mais austera por parte do governador João Azevêdo em relação às denúncias que cercaram a Operação Calvário, desencadeada por Gaeco e Ministério Público, da Paraíba e de outros Estados. Ele (Azevêdo) tem que, efetivamente, assumir o posto de governador e adotar as medidas que se fizerem necessárias, diante da cobrança insistente de setores da opinião pública quanto a um maior rigor no prolongamento das investigações e das punições. As desavenças entre Ricardo Coutinho e João Azevêdo levaram o deputado federal Damião Feliciano, do PDT, marido da vice-governadora Lígia Feliciano, a advertir que essa briga não é boa para nós, nem para os paraibanos.
Damião disse que o ex-governador Ricardo Coutinho e o governador João Azevêdo são pessoas de nível intelectual elevado, que sabem perfeitamente a responsabilidade que têm perante a opinião pública e precisam agir com maturidade para um desfecho do desentendimento. A vice-governadora Lígia Feliciano também abordou os conflitos na esfera do PSB, lamentando que tenha se instaurado uma conjuntura de impasse. Em todo o caso, deixou claro que o PDT é governo, aparentemente sinalizando o alinhamento automático da agremiação com o governador João Azevêdo, que tem procurado prestigiar o grupo político de Lígia e do marido, Damião, presidente do diretório regional do Parrtido Democrático Trabalhista. Lígia foi vice-governadora na chapa de Ricardo Coutinho à reeleição em 2014, mas o ex-governador pôs em dúvida a lealdade do clã nos preparativos para a campanha de 2018 e deu a entender que resolveu permanecer no cargo até o último dia de mandato por não confiar inteiramente na lealdade dos Feliciano. Ainda assim, acabou dando aval à estratégia de Azevêdo para manter Lígia na chapa como companheira de chapa.
Nonato Guedes