O secretário de Comunicação do governo do Estado, jornalista Nonato Bandeira, divulgou nota oficial hoje, em resposta à denúncia entregue à Justiça pelo Gaeco/MPPB, sobre desvio milionário de recursos na prefeitura municipal de João Pessoa durante a administração de Ricardo Coutinho, operação que contaria com o conluio de um escritório de advocacia e outras figuras públicas. Bandeira desmente, de forma taxativa, todo o relato que foi feito pela ex-secretária de Administração, Livânia Farias, como colaboração premiada e em que é citado como suposto autor de destruição de provas de um processo que comprometeria alguns colegas da gestão municipal pessoense.
A denúncia teria tomado como base, além da delação feita por Livânia Farias, provas documentais teoricamente anexadas ao processo. Nonato Bandeira disse estranhar a insinuação de que teria ocultado documentos para favorecer terceiros, salientando que isto é completamente sem nexo. Não há, contra a minha pessoa, qualquer acusação de desvio de recursos públicos ou de corrupção. Nunca, em tempo algum, estive reunido com qualquer pessoa nas dependências da rádio Tabajara ou em outro lugar para ocultar prova ou impedir a investigação de crimes de que sequer sou acusado, enfatiza o secretário de Comunicação na nota divulgada hoje.
Nonato Bandeira estranha que somente agora seu nome apareça vinculado ao rumoroso caso, que, conforme lembra, foi exaustivamente denunciado à época pela imprensa e apurado pelas autoridades competentes. Por fim, coloco-me à inteira disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários, a fim de que a verdade seja restabelecida, pontuou o secretário de Comunicação.
A veiculação da denúncia do Ministério Público, desde o final de ontem, tem repercutido profundamente nos meios políticos paraibanos. Na Assembleia Legislativa, o deputado Walber Virgolino acredita que as denúncias sugerem algum elo com a denominada Operação Calvário, que veio a público em 2018, no final da gestão de Ricardo no governo do Estado, envolvendo pagamento de propinas a secretários por organizações sociais como a Cruz Vermelha, que exerciam a gestão pactuada de hospitais da rede pública do Estado como o de Trauma e Emergência Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. Virgolino entende que os fatos reforçam a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para elucidação de todos os indícios que têm sido relatados.
A deputada estadual Estelizabel Bezerra, do PSB, ligada ao ex-governador Ricardo Coutinho, evitou tecer maiores comentários a respeito das denúncias que vieram a público, observando que devido a compromissos de caráter pessoal não havia tido tempo, ainda, para se debruçar sobre os documentos que foram repassados à imprensa, de responsabilidade do Ministério Público e Gaeco. O que espero é que não haja açodamento no sentido de acusar irresponsavelmente quem quer que seja, levando-se em conta que não há condenação formal ou sentença transitada em julgado, advertiu a parlamentar, prometendo, posteriormente, se pronunciar de forma mais detalhada a respeito.
Nonato Guedes