O advogado Iarley Maia, que está atuando na defesa de Coriolano Coutinho, irmão do ex-governador Ricardo Coutinho, mencionado por Livânia Farias como provável beneficiário de propinas intermediadas pelo escritório de advocacia de Bernardo Vidal Domingues dos Santos, disse, em resposta às acusações, que está buscando ter conhecimento da denúncia e se mantém na expectativa de que ela seja encaminhada ao Poder Judiciário, onde titular da magistratura de primeiro grau vai decidir se rejeita ou acata a denúncia. Frisou que se a denúncia for recebida, será aberta a ação penal, oportunizando-se o direito de defesa a Coriolano, que passará a ter acesso ao processo e fará todo o esclarecimento do caso.
Livânia Farias, ex-secretária de Administração do governo do Estado, disse aos promotores não ter certeza de que Coriolano e o ex-procurador-geral Gilberto Carneiro tenham recebido propinas até o fim do ano de 2010, mas destacou que eles insistiam em pedir dinheiro a Bernardo Vidal. Em tese, conforme a delação da ex-secretária, o pagamento para Coriolano seria referente ao período eleitoral em que Ricardo disputou e venceu o governo do Estado pela primeira vez. Já os pagamentos a Gilberto não teriam sido especificados pelo advogado Bernardo Vidal. Iarley Maia está atuando, também, na defesa de Vandalberto de Carvalho e disse ter recebido com surpresa e indignação a informação de que este havia sido denunciado. Já Laura Farias disse que desconhece os fatos e, portanto, está igualmente surpresa, inclusive, porque nunca foi citada.
Laura informou que é estranho seu envolvimento num caso ocorrido em 2009, já que ela tomou posse na secretaria de Administração apenas em 2011, o penúltimo ano da gestão na prefeitura de João Pessoa. A executiva Aracilba Rocha, igualmente mencionada, se declarou surpresa com a denúncia e frisou que vai aguardar a notificação oficial, para tomar pleno conhecimento das acusações e, na sequência, manifestar-se a respeito. Entre os mencionados na delação de Livânia, o mais enfático no desmentido foi o jornalista Nonato Bandeira, atual secretário de Comunicação do governo de João Azevêdo. Em nota que fez circular com os jornalistas, Bandeira esclareceu que não pesa contra ele qualquer acusação de desvio de recursos públicos ou ocultação de documentos, na denúncia ajuizada pelo MPPB. Nunca, em tempo algum, estive reunido com qualquer pessoa para ocultar provas ou impedir a investigação de crimes de que, sequer, sou acusado e estou à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos, a fim de que a verdade seja restabelecida, enfatizou.
Nonato Guedes