O ex-secretário do diretório estadual do PSB na Paraíba, Flávio Moreira, cuja participação na reunião extraordinária de ontem do PSB nacional, em Brasília, chegou a ser cogitada, como um dos representantes do governador João Azevêdo, postou no Twitter que não iria ao encontro porque não seria producente alimentar o debate em meio a uma crise que foi provocada por um ato inexplicável, covarde, vil. Incompreensível. Ele considerou estapafúrdia a destituição de Edvaldo Rosas da presidência estadual do partido, afirmando que ele foi leal e correto em todos os sentidos, inexistindo qualquer justificativa para puni-lo.
Moreira sublinhou que os episódios verificados no âmbito do PSB demonstram que o governador João Azevêdo é, de fato, muito diferente de Ricardo Coutinho. Ele (o governador) respeita as pessoas, busca administrar sem permissividade personalista e lidera pelo exemplo, não pelo medo. O povo saberá julgar o melhor para os destinos da Paraíba. Circularam rumores, ontem, em João Pessoa, de que a proposta de conciliação do PSB tendo Ricardo Coutinho na presidência da comissão provisória estadual e Azevêdo na vice foi sugerida pelo deputado federal Gervásio Maia, que é profundamente alinhado com Coutinho e chegou a ser cogitado como provável opção dele para candidato à sua sucessão ao governo.
Interlocutores do governador João Azevêdo elogiaram a postura adotada por ele diante do impasse que se verificou nas hostes socialistas paraibanas e avaliam que, ao contrário do que imaginavam os ricardistas, ele não se portou como pau-mandado do ex-governador. Salientam essas fontes que o atual chefe do Executivo demonstrou serenidade e fez de tudo para não fechar portas a ensaios de diálogo ou entendimento, ainda que tivesse considerado intempestiva a decisão da dissolução do diretório estadual sem o prévio conhecimento dele. Salientam, enfim, que o governador não tem pressa no cenário que está colocado, do ponto de vista de tomar posições, uma vez que só deverá ser candidato em 2022. Ele tem tempo de sobra para esperar uma configuração melhor da conjuntura, obtemperou um aliado de Azevêdo.
Já os discípulos de Ricardo asseguram ter ficado evidente que ele tem mais acesso e bom relacionamento com a direção nacional do PSB do que João Azevêdo. Informalmente, o presidente nacional Carlos Siqueira disse que tem ótima relação com Azevêdo e que a decisão da Executiva Nacional é inclusiva, não restringindo ou vetando ninguém na composição. Soube-se que o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, teria entrado no circuito para fazer a ponte de comunicação entre João Azevêdo e a direção nacional do PSB, mas Carlos Siqueira foi taxativo ao revelar que ele mesmo tomaria a iniciativa de avisar ao gestor paraibano o resultado do encontro em Brasília.