O colunista Leandro Mazzini, que assina Esplanada, reproduzida em vários jornais, inclusive da Paraíba, informa que procuradores inconformados com a indicação de Augusto Aras para chefiar a Procuradoria-Geral da República na vaga de Raquel Dodge, pressionam senadores a tentar desengavetar proposta de Emenda Constitucional, de número 47/2013, de autoria do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB) que torna obrigatória a escolha de um nome da lista tríplice para o cargo da PGR. O nome de Augusto Aras não constava da lista tríplice da categoria, que se submeteu a um processo de consulta. A lista foi entregue pelo procurador paraibano Fábio George ao presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto. A PEC de iniciativa de Cássio tramitou por cinco amos e foi arquivada em 2018. Além de inserir a obrigatoriedade de escolha do PGR entre os indicados do Ministério Público Federal, o texto estabelece o mandato de quatro anos e proíbe a recondução.
Enquanto isso, o procurador da República Eitel Santiago de Brito Pereira disse ter aceito o convite para ser o secretário geral do Ministério Público Federal, que lhe foi feito pelo procurador Augusto Aras, designado para a PGR por Bolsonaro. Em postagem no Facebook, Eitel confirmou a sua decisão com a ressalva de que tudo ainda vai depender da aprovação pelo Senado do nome indicado pelo presidente Jair Bolsonaro. Mas ele não regateou elogios a Augusto Aras, dizendo que o conhece há muitos anos. Trata-se de um homem culto, experiente e responsável, salientou Eitel, concluindo que se acontecer a homologação de Aras ele sai da aposentadoria a que atualmente está recolhido para trabalhar com a nova gestão do Ministério Público.
Na gestão de Raquel Dodge, um outro paraibano ilustre, o jurista Luciano Mariz Maia, ocupou a vice-presidência da procuradoria-Geral da República e teve um desempenho elogiado tanto pela titular-chefe do cargo como por colegas procuradores, diante do seu conhecimento sobre questões em pauta. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), informou que a indicação do novo procurador-geral da República deve ser votada em plenário na semana do dia 22 de agosto. O mandato de Dodge termina no dia 17, devendo o cargo ser ocupado interinamente por um substituto. O indicado por Bolsonaro, Augusto Aras, deve defender, em contato com os senadores, a Lava-Jato como política de Estado, mas sem o personalismo que, segundo ele, a revestiu, repetindo crítica que tem feito publicamente. Aras deve passar nos próximos 15 dias pelos gabinetes de 80 senadores. Os encontros serão preparatórios para a sabatina no Senado a que o subprocurador-geral precisa se submeter antes de ser nomeado. Além de Alcolumbre, Aras já falou com a senadora Simone Tebet, do MDB-MS, presidente da CCJ do Senado, onde a sabatina é realizada. Aras também conversou com o presidente do Supremo, Dias Toffoli.
Nonato Guedes, com Folhapress